Luccas Neto mira em Hollywood com 'Príncipe Lu e a Lenda do Dragão': 'Tem que ter grandiosidade'
Influenciador e ator, sucesso entre o público infantil, ele reúne nomes como Renato Aragão e Zezé Motta em novo filme. Ao Estadão, ele fala sobre ambições no mercado cinematográfico e até comparações com Xuxa
Independentemente das opiniões que as pessoas têm do trabalho de Luccas Neto, é um tanto impressionante assistir a 'Príncipe Lu e a Lenda do Dragão'. O filme, em cartaz no cinema, é uma produção imensa – até maior do que vimos em 'Os Aventureiros: A Origem', lançamento que fez sucesso em 2023.
A história, afinal, é sobre um príncipe (Luccas Neto) que vive em um reino que está ameaçado depois da morte de seu pai, o rei. Ele precisa encontrar a espada mágica perdida de seu patriarca, assumir as responsabilidades como monarca e, mesmo com tudo isso, desvendar o amor. Deve ficar com sua nova paixão ou com outra princesa?
No meio dessa história temos uma locação de um castelo no interior de São Paulo e um elenco de dar inveja em muitos produtores, com nomes como Cássio Scapin, Flávia Monteiro, Zezé Motta, Tadeu Mello e, pasmem, Renato Aragão. Também há alguns números musicais e figurinos que buscam retratar uma era medieval.
"Tudo começou, lá em 2018, com uma ideia de um show musical para rodar o Brasil", conta Luccas, ao Estadão, sobre o surgimento do projeto. "Depois, a gente percebeu a grandiosidade que poderia ser levar um filme musical, de época, com esse figurino, para os cinemas e percebemos que poderia ser um bom retorno para o cinema live-action infantil".
Passo a passo para Hollywood
Hoje, Luccas apostar em algo grandioso não é surpreendente, mas via de regra. Seus números impressionam: mais de 40 milhões de inscritos em seu canal no YouTube, mais de uma dezena de filmes lançados para compra e aluguel e alguns novos títulos chegando direto para a Netflix.
Em 2023, ele experimentou pela primeira vez a telona do cinema e fechou o ano como a terceira maior bilheteria do ano, com cerca de 380 mil ingressos vendidos. "Para o cinema, a gente queria fazer diferente do que já fazíamos. Temos alguns modelos de filmes, seja para o YouTube ou Netflix", diz.
Nos bastidores, enquanto isso, Luccas precisa de uma organização grande para dar conta. No YouTube, sua equipe consegue gravar três episódios de Príncipe Lu – que já era uma websérie – por dia ("fazia plano e contraplano, lia as frases e acabou", explica). Eles chegam a receber o roteiro no dia de gravação.
Nos cinemas, por outro lado, o esquema é bem diferente: é preciso ter mais tempo, mais opções de filmagem de cenas, mais valor de produção. Nessa mistura, Luccas vai alternando formatos e histórias para dar conta de tudo – e não cansar o público.
"O bom é que a gente não tem limites. A gente sempre pode criar coisas novas. Acho que não acaba. Quando algo satura, a gente faz algo novo. Quando esse algo novo satura, a gente volta lá para trás e faz aquele que antes estava saturado e agora não está mais", diz.
E será que nesse contexto de produção, cada vez alcançando mais e mais crianças, Luccas Neto se vê como a Xuxa do século 21? "Eu até achava no começo da carreira que tinha alguma similaridade. Hoje em dia, não vejo tanto não", diz.
"Somos multiplataformas e multiferramentas para as crianças assistirem o que elas querem, na hora que elas quiserem. O mercado hoje é mais concorrido, mais difícil. Não me vejo como na época da Xuxa, que eram poucas opções. Me vejo em um mercado concorrido, com muitas plataformas, com vídeos curtos. Então a gente precisa se renovar. É um mercado diferente", finaliza.