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Morre Vladimir Carvalho, documentarista do Cinema Novo, aos 89 anos

Cineasta trabalhou em "Cabra Marcado para Morrer" e dirigiu "O País de São Saruê", "O Evangelho Segundo Teotônio" e "Rock Brasília: Era de Ouro"

24 out 2024 - 18h02
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Foto: Divulgação/Agência Brasília / Pipoca Moderna

Vladimir Carvalho, referência do cinema nacional e um dos grandes nomes do documentário brasileiro, faleceu nesta quinta-feira (24/10) aos 89 anos, vítima de um infarto. O cineasta estava internado há três semanas em um hospital de Brasília devido a problemas renais e realizava hemodiálise.

Do Cinema Novo ao Rock

Carvalho foi uma figura central no movimento do Cinema Novo, com obras que destacaram questões sociais e políticas no Brasil. Nascido em Itabaiana, Paraíba, ele começou sua carreira como cineasta após estudar filosofia na Universidade Federal da Bahia (UFBA), onde conviveu com nomes como Caetano Veloso. Engajado politicamente, ele participou do Centro Popular de Cultura (CPC) da União Nacional dos Estudantes (UNE), que lhe aproximou de Glauber Rocha e do movimento Cinema Novo.

Seu primeiro curta-metragem foi "Os Romeiros da Guia" (1962), co-dirigido com João Ramiro. Em seguida, trabalhou como assistente de Eduardo Coutinho em "Cabra Marcado para Morrer" (1984), filme do começo dos anos 1960 interrompido pela ditadura e só terminado duas décadas depois. Além disso, foi fundamental para ajudar na fuga de Elizabeth Teixeira, personagem central desse filme, durante a repressão militar no Brasil.

Entre seus principais documentários estão "O País de São Saruê" (1971), "O Evangelho Segundo Teotônio" (1984), "Conterrâneos Velhos de Guerra" (1991) e "Rock Brasília: Era de Ouro" (2011), um de seus trabalhos mais populares, sobre a banda Legião Urbana e a cena roqueira da capital federal.

Contribuições para o cinema brasileiro

Além de sua contribuição como cineasta, Vladimir foi fundador da Associação Brasileira de Documentaristas em 1994 e criou a Fundação Cinememória, que abriga seu extenso acervo de mais de 23 documentários, 5 mil livros, cartazes, fotos, além de equipamentos históricos do cinema, como a moviola usada por Glauber Rocha para editar "Terra em Transe" (1967). Para completar, também foi professor da Universidade de Brasília (UnB) por mais de duas décadas, moldando futuras gerações de cineastas.

Carvalho deixa um legado inestimável para o cinema e a cultura brasileira, com uma obra que sempre buscou retratar a realidade do País de maneira crítica e contundente.

O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), decretou luto oficial de três dias em sua homenagem. "Referência do cinema brasileiro, o professor Vladimir Carvalho dedicou sua arte para denunciar injustiças e dar voz aos desassistidos numa época de censura e de perseguição política", declarou o governador em suas redes sociais. Ibaneis também destacou a contribuição do cineasta para o cenário cultural de Brasília e seu impacto internacional.

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