'O Exorcista': Clássico do cinema teve ator condenado por assassinato
Muitas foram as tragédias que impactaram a equipe envolvida nas gravações do filme de terror lançado em 1973
Muitas foram as tragédias que impactaram a equipe envolvida nas gravações de "O Exorcista", clássico do terror lançado em 1973. Não à toa, um padre foi chamado para benzer os estúdios de filmagem após uma série de acontecimentos no mínimo estranhos.
A atriz Ellen Burstyn, que interpretava a mãe de Regan, sofreu uma lesão permanente na coluna ao ser arremessada da cama durante uma das cenas — e o registro com o grito real da atriz foi incluído no longa, explicou ela ao Huff Post.
Outro evento espantoso ocorrido na época foi o incêndio no cenário montado para representar a residência da família MacNeil. Curiosamente, o fogo não atingiu um dos cômodos, que era justamente o quarto da garota possuída, detalha a Far Out Magazine.
Mas, há ainda uma história menos explorada relacionada ao filme — a qual diz que Paul Bateson, ator que participou da famosa cena do angiograma, seria um serial killer.
No ano de 2018, o caso foi investigado pela revista Esquire, que apresentou novas implicações sobre o assunto. No filme, vale lembrar, ele vive um tecnólogo radiológico.
Durante muitos anos existiu uma lenda que ligava o ator do clássico de William Friedkin às mortes de sete homens homossexuais, todos assassinados na década de 1970, em Nova York. Porém, os resultados das investigações da revista apontam para a possibilidade da história ter sido aumentada.
Bateson, o serial killer?
Cinco anos após o lançamento de "O Exorcista", Bateson foi condenado pelo assassinato brutal de Addison Verrill, jornalista cujo corpo foi encontrado mutilado em seu apartamento em Greenwich Village, Nova York.
O caso foi, rapidamente, conectado ao assassinato de outros seis homens gays na mesma região, já que, assim como a primeira, essas vítimas também haviam sido mutiladas, com a diferença de que seus corpos foram jogados dentro de sacos no rio Hudson.
Na época, o jornalista Arthur Bell, responsável por um jornal do bairro, recebeu uma ligação de um homem assumindo o crime. Ele, no entanto, não revelou sua identidade.
Quando Bell recebeu a segunda ligação, porém, um nome foi dito: Paul Bateson. Foi assim que a polícia chegou até o especialista em radiologia e o prendeu.
Entretanto, apesar de Paul ter assumido o assassinato de Addison, ele sempre disse ser inocente em relação às demais mortes. Sem provas de que o radiologista estaria conectado aos outros crimes, a justiça condenou o homem a 20 anos de prisão pela morte do jornalista.
Anos mais tarde
Pouco se sabe sobre o que aconteceu com Bateson após essa série de acontecimentos, já que o caso não atraiu mais a atenção da mídia. Apesar disso, o homem seguiu com a fama de serial killer.
Em entrevista ao The Hollywood Reporter em 2012, o diretor de "O Exorcista" relembrou o caso de Bateson. Segundo ele, os dois chegaram a ter uma conversa na prisão.
"Ele disse que se lembrava de ter matado e cortado um cara, picado o corpo dele e jogado no rio Hudson. A polícia achou as referências da NYU na sacola", afirmou William Friedkin na época.
O mito
A investigação da Esquire, contudo, concluiu que a tal sacola nunca foi descoberta, ou, pelo menos, não pôde ser encontrada em nenhum dos registros policiais.
A revista apontou que o diretor do longa de terror pode ter incentivado a criação de um mito em torno da figura do radiologista. Afinal, a conversa de Friedkin com Bateson inspirou seu filme seguinte: Cruising, que trata acerca da investigação do assassinato de homens gays nos anos 70 em Nova York.
Logo, a revista concluiu que, embora até hoje não se saiba quem foi o responsável pelos demais seis assassinatos do rio Hudson, o suposto serial killer de "O Exorcista", provavelmente, nunca foi um assassino em série.
Paul Bateson, que deixou a prisão em 2003, chegou a ser procurado pela fonte, mas não foi localizado, apesar de nenhum registro apontar sua morte.