Olivia Colman e diretor Sam Mendes falam sobre 'Império da Luz'
O filme estreia no Star+ dia 26 de abri.
No dia 26 de abril chegou no Star+ “Império da Luz”, da Searchlight Pictures. Dirigido por Sam Mendes, o filme exclusivo da plataforma conta com um elenco de peso, incluindo Olivia Colman, Micheal Ward, Toby Jones e Colin Firth. Confira, abaixo, todos os detalhes sobre a produção.
O longa é um drama comovente sobre o poder da conexão humana em tempos conturbados. Ambientada em um belo cinema antigo de uma cidade na costa sul da Inglaterra na década de 1980, a trama segue Hilary (Olivia Colman), uma gerente de cinema que luta contra a depressão, e Stephen (Micheal Ward), um novo funcionário que deseja fugir da cidade provinciana onde diariamente enfrenta adversidades. Tanto Hilary quanto Stephen encontram um sentimento de pertencimento em sua relação improvável e carinhosa e ao experimentar o poder curador da música, do cinema e da comunidade.
No início da história, Hilary, interpretada por Olivia Colman, acabou de sair de um episódio de saúde mental que a levou a tomar medicação. “Ela não sente nada de forma muito intensa”, diz Colman. “Ela faz as coisas do trabalho no piloto automático. Mora sozinha, não fala com ninguém – é uma existência bastante solitária, e ela quer mais, quer sentir mais.”
É quando Stephen, personagem de Micheal Ward, entra em sua vida. “Ela fica deslumbrada com ele”, continua a atriz, explicando que o relacionamento muda sua vida. “Ela se transforma, e, de não sentir nada, passa a sentir um formigamento. E ela para de tomar a medicação e então passa por fases que chegam a um ponto onde ela se torna heroica em sua mania. Adorei interpretar Hilary por causa dos diferentes estados emocionais em que a encontramos.”
Hilary é uma mulher que vive com uma doença mental e Mendes e Colman, juntos, a trazem à vida com sensibilidade, nuances, gentileza e complexidade. “Sam é muito envolvido emocionalmente”, diz Colman, observando a qualidade especial que transparece em todo o trabalho do diretor. “Ele entende o que é gentileza e que ela é necessária. O que a personagem está passando não é culpa dela, e dá para perceber quais os gatilhos que desencadeiam seus episódios.”
Simultaneamente, o personagem de Ward, Stephen, é obrigado a viver em um mundo racista – seja por conta de um governo reacionário ou por causa de jovens violentos – mas se mantém fiel a si mesmo ao encontrar uma conexão improvável com Hilary e com o próprio cinema. “Ele foi rejeitado pelas universidades e está em uma encruzilhada tentando se encontrar”, diz Ward. “Quando algo assim é tirado de você, você precisa encontrar outra coisa que o preencha. Ele é um jovem negro, animado com as oportunidades da vida; ama as pessoas, adora se conectar com música e com filmes e se recusa a permitir que uma sociedade opressiva defina quem ele é.”
Mendes diz que Stephen não se cansa em ser positivo, mesmo com tudo o que enfrenta, desde a política thatcherista, que limita suas oportunidades, até a violência skinhead que representa uma ameaça diária. “Ele é uma pessoa que vê o copo meio cheio”, explica o diretor. “Stephen não é ingênuo – o racismo que ele vivencia é real e doloroso de muitas maneiras – mas ele não permite que seu trauma o defina.”
“Para Stephen, o filme é uma história de amadurecimento, onde ele encontra a si mesmo e seu lugar no mundo”, diz Ward. “Mas para mim, quando li o roteiro pela primeira vez, minha reação focou no impacto que o personagem poderia ter – não apenas na história, mas para muitos jovens negros. É muito importante para eles se enxergarem em algo assim, para perceberem que todas as histórias são relevantes e dignas de serem contadas.”
Ward diz que o relacionamento entre Stephen e Hilary é uma troca única, pois cada um ajuda o outro a crescer. “Stephen oferece a Hilary muito otimismo, amor, entusiasmo, exposição a diferentes culturas e artes e suas experiências”, diz Ward. “Já ela dá a ele sua perspectiva, impressão de vida, seu amor pela poesia e pelas palavras e um encorajamento. Ela o entende. Ambos foram ligeiramente excluídos da sociedade, e esse tecido conjuntivo os une, eles se dando conta ou não. É uma troca de amor e energias. Eles dão um ao outro coisas que nem sabem que precisam. Hilary nunca conheceu ninguém como Stephen antes, e isso a permite descobrir quem ela é como pessoa também”.
“Império da Luz” estreou exclusivamente no Star+ em 26 de abril.