Pixar corta história trans e reduz mensagem ambiental de novos projetos
Mudanças em "Saltadores" e "Ganhar ou Perder" geram críticas, com acusações de priorização de lucros em detrimento da inovação que era marca do estúdio
Alterações preocupam equipe
A Pixar enfrenta críticas internas e externas após modificar dois de seus próximos projetos: o filme "Saltadores" e a série "Vencer ou Perder". Informações divulgadas pelo site The Hollywood Reporter apontam que o longa, previsto para 2026, teve sua forte mensagem ambientalista diluída, enquanto a série animada cortou uma trama sobre transição de gênero. Funcionários do estúdio expressaram descontentamento com as decisões da Disney, que controla a Pixar desde 2006.
"Saltadores" conta a história de um humano e um castor que trocam de corpos após um experimento científico. A narrativa, que originalmente destacava a importância da preservação ambiental, passou por ajustes. "Infelizmente, quando você baseia o filme inteiro na importância do ambientalismo, é difícil retroceder", comentou uma fonte ao THR.
Corte em "Vencer ou Perder" gera controvérsia
Outra polêmica surgiu com a série "Vencer ou Perder", que acompanha um time escolar de softball. Uma trama envolvendo a transição de gênero de uma personagem chamada Kai foi excluída por determinação da Disney, que alegou preferir que "pais abordem certos temas com seus filhos no próprio ritmo". A decisão gerou reações dentro do estúdio.
"Não foi uma surpresa, mas me devastou", afirmou Sarah Ligatich, ex-editora assistente da Pixar e consultora na série. "Por muito tempo, a Disney não está no ramo de fazer grandes conteúdos, mas sim grandes lucros", criticou.
Impacto em outros projetos
Além de "Saltadores" e "Vencer ou Correr", outros filmes enfrentaram mudanças. "Elio", originalmente previsto para março de 2025, foi adiado para o verão, e seu diretor original, Adrian Molina, que é gay, deixou o cargo. Ligatich destacou que estúdios como a Netflix têm sido mais receptivos à representatividade, citando o sucesso de "Nimona", animação elogiada como uma alegoria trans.
As decisões reforçam os desafios da Pixar em equilibrar sua trajetória de inovação vanguardista com as expectativas corporativas da Disney, gerando questionamentos sobre o futuro de suas produções.