Popeye e Tintim entraram em domínio público em 2025
Fim da proteção de copyright abre caminho para novas adaptações e remakes com os personagens
Personagens icônicos liberados
Popeye e Tintim passaram oficialmente ao domínio público nos Estados Unidos na segunda-feira (1/1). Os famosos personagens, criados em 1929 por E.C. Segar e pelo cartunista belga Hergé, respectivamente, agora podem ser usados livremente para adaptações, remakes e outras criações sem a necessidade de autorização.
Enquanto Tintim, ao lado de seu cão Milu, deixa de estar protegido por copyright nos EUA, ele permanecerá sob proteção autoral na União Europeia até 2054, devido às leis locais que garantem direitos por 70 anos após a morte do criador - Hergé faleceu em 1983. Como essa diferença de proteção vai funcionar na prática ainda é uma incógnita, já que a Moulinsart S.A., empresa criada para administrar o legado de Hergé, não pode impedir produções americanas baseadas em Tintim, mas deve barrá-las na Europa.
Já Popeye, que estreou na tirinha Thimble Theatre em janeiro de 1929, conserva elementos clássicos como sua roupa de marinheiro, o cachimbo e a tatuagem de âncora. No entanto, sua habilidade de adquirir força extraordinária ao consumir espinafre ainda não está em domínio público, já que surgiu apenas em 1932.
Outras obras que entraram em domínio público
Além dos personagens icônicos, uma vasta lista de filmes, músicas e livros publicados em 1929 também teve seus direitos expirados nos EUA. Entre os destaques estão o livro "Um Teto Todo Seu", de Virginia Woolf, a música "Ain't Misbehavin'", de Fats Waller, e o primeiro longa-metragem dos irmãos Marx, "Hotel da Fuzarca".
A lista também inclui os primeiros filmes falados de diretores importantes, como Alfred Hitchcock ("Chantagem e Confissão"), John Ford ("A Guarda Negra") e Cecil B. DeMille ("Dinamite"), além do primeiro filme falado de Clara Bow, "Garotas na Farra", e "Melodia da Broadway", o primeiro filme falado a ganhar um Oscar de Melhor Filme.
O domínio público abrange ainda músicas clássicas de jazz, de teatro e canções populares de 1929, como "Singin' in the Rain" de Arthur Freed, "An American in Paris" de George Gershwin e o famoso "Bolero" de Maurice Ravel.
Essas obras agora podem ser usadas livremente para novas criações, como regravações, remakes e spin-offs, tendência que ganhou força nos últimos anos. Exemplos incluem adaptações de terror baseadas em Mickey Mouse e Ursinho Pooh, que também entraram no domínio público recentemente.
Mais animações do Mickey Mouse
Após a entrada de "Steamboat Willie" no domínio público em 2024, 12 novas animações de Mickey Mouse de 1929 terão os direitos liberados em 2025, incluindo a primeira vez que o personagem falou e seu visual com luvas brancas.
Essas liberações consolidam uma nova era para a reutilização de obras clássicas, permitindo que personagens e histórias ganhem vida em novos contextos.