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Reese Witherspoon e Ashton Kutcher brilham em comédia romântica da Netflix

O longa 'Na Sua Casa ou na Minha?' traz dois velhos amigos que trocam de rotina por uma semana.

13 fev 2023 - 15h10
(atualizado às 17h35)
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Foto: Divulgação/Netflix

AP - Se você decidir se acomodar e assistir 'Na Sua Casa ou na Minha?' para ver as faíscas voarem entre Reese Witherspoon e Ashton Kutcher, você inicialmente ficará desapontado. Eles não estão na mesma sala até os últimos 12 minutos.

A premissa dessa comédia romântica bem particular da Netflix é a de dois velhos amigos trocando de casa por uma semana e um tirando o outro de sua rotina. Eles também podem se apaixonar (muitas comédias românticas não terminam assim?).

Nessa, Witherspoon e Kutcher interpretam duas pessoas bem opostas – ele é um consultor rico que mora em um apartamento chique, mas frio, em Nova York; ela é uma mãe solteira protetora de um menino de 13 anos em Los Angeles. Eles ficaram juntos 20 anos atrás, mas decidiram que a amizade era o melhor caminho.

Eles conversam todos os dias, obrigando a produção do filme a gastar uma fortuna em telas divididas. É um relacionamento íntimo ao longo de duas décadas em que cada um apoia e encoraja o outro. Alguém lhe faz a pergunta óbvia: "Se vocês gostam tanto um do outro, por que não estão juntos?" – e não há uma resposta realmente boa. Ela dispara: "Uh, vômito."

Uma emergência de última hora desencadeia a ação central do filme: Witherspoon precisa voar para Nova York, mas sua opção principal de babá falha, então o personagem de Kutcher decide ir para Los Angeles para assumir a função. "Você precisa de ajuda e eu estou indo", diz. Eles se acomodam na casa um do outro, conhecendo os amigos um do outro e geralmente mudando as coisas.

Escrito e dirigido por Aline Brosh McKenna, 'Na Sua Casa ou na Minha?' é fofo e leve, fruto de uma criadora conhecida mais por sátiras como 'O Diabo Veste Prada' e 'Crazy Ex-Girlfriend' (também disponível na Netflix). Nesse Valentine's Day (Dia dos Namorados, comemorado nos EUA no dia 14 de fevereiro), é o ideal se você estiver com disposição para ver pessoas bonitas agindo de forma insegura e sem noção.

A princípio, porém, o filme serpenteia com uma alarmante falta de urgência, como se Brosh McKenna estivesse feliz o suficiente apenas preenchendo a tela com seus dois lindos protagonistas e colocando-os em lugares bonitos. Você pode inicialmente confundi-lo como uma comédia romântica bem real.

Eventualmente, cada um começa a ver o outro como um projeto que precisa ser consertado. Kutcher tenta relaxar com o filho de sua melhor amiga – come junk food, deixa-o assistir a filmes de terror e permite que ele faça um teste para o time de hóquei, todas coisas proibidas quando a mãe está por perto. Ele vê tudo como uma extensão do trabalho: "É isso que eu faço: entro, administro as coisas, sem bagunça, sem confusão".

Na outra costa, Witherspoon encontra um antigo manuscrito que seu melhor amigo escondeu dela e decide que deve publicá-lo. Ela também flerta com um editor bonitão – Jesse Williams, ardente – e o caso quebra toda a lógica quando ela não cai imediatamente no frio, sensual e penetrante azul de seus olhos e não quer sair... Espere, onde eu estava?

O filme logo explora uma área interessante, ou seja, o quanto os melhores amigos realmente sabem um do outro? Quando a personagem de Witherspoon encontra o livro, ela fica em choque. "Contamos tudo um para o outro", diz ela. Ao que contesta um outro amigo: "Claro que não". Este também é um filme que defende dar uma chance e se arriscar, jogando no escuro.

O filme permite que Witherspoon e Kutcher mostrem seus lados naturalmente engraçados, especialmente quando parecem peixes fora d'água. Mas muitas das cenas se arrastam e, às vezes, a exposição é calcária, como quando Witherspoon diz: "Tenho que terminar este programa antes do final do ano para poder me candidatar a um cargo aberto de contabilidade sênior no distrito escolar regional".

Alguns papéis menores dão importantes choques peculiares, como Zoë Chao como uma ex-namorada furtiva do personagem de Kutcher em Nova York e Tig Notaro e Steve Zahn em LA. A inteligência de Notaro é tão seca quanto um cacto, enquanto Zahn interpreta um jardineiro maluco que é creditado por escrever duas canções excêntricas na trilha sonora.

Falando em músicas, os produtores devem ter desembolsado toneladas de dinheiro para a conta bancária de Ric Ocasek. Para estabelecer o personagem de Kutcher como um fã de 'The Cars', nada menos que nove canções – incluindo 'Heartbreak City, Drive e You Might Think' – foram usadas. A trilha sonora do filme pode funcionar como um álbum de grandes sucessos.

O longa se desenvolve para – finalmente! – uma cena em que Witherspoon e Kutcher estão no mesmo CEP e uma bela reviravolta da cena tradicional de aeroporto de comédia romântica. É quando o filme responde à pergunta: homens e mulheres podem ser apenas amigos com um forte: "Uh, vomitar."

Estadão
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