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Filme de terror sangrento com Ursinho Pooh foi cancelado em Hong Kong

A decisão provocou discussões sobre o aumento da censura na região.

22 mar 2023 - 09h54
(atualizado às 17h24)
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Foto: ITN Studios/Jagged Edge Productions/AP

AP - As exibições públicas de um filme de terror estrelado pelo 'Ursinho Pooh' foram canceladas abruptamente em Hong Kong na terça-feira (21), provocando discussões sobre o aumento da censura na cidade.

A distribuidora de filmes VII Pillars Entertainment anunciou no Facebook que o lançamento de 'Winnie the Pooh: Blood and Honey' ('Ursinho Pooh - Sangue e Mel') foi cancelado com "grande pesar" em Hong Kong e na vizinha Macau.

Em resposta por e-mail à Associated Press, a distribuidora disse que foi avisada pelos cinemas de que não poderiam exibir o filme conforme programado, mas não sabia o motivo. As cadeias de cinema envolvidas não responderam imediatamente a um pedido de comentário.

Para muitos residentes, o personagem 'Winnie the Pooh' é uma provocação divertida do presidente da China, Xi Jinping, e os censores chineses no passado proibiram brevemente as buscas pelo urso nas redes sociais no país. Em 2018, o filme 'Christopher Robin - Um Reencontro Inesquecível', também com 'Winnie the Pooh', teve seu lançamento negado na China.

A suspensão gerou preocupação nas mídias sociais sobre a diminuição das liberdades do território. O filme foi inicialmente programado para ser exibido em cerca de 30 cinemas em Hong Kong, escreveu a VII Pillars Entertainment na semana passada.

O Escritório de Administração de Filmes, Jornais e Artigos disse que aprovou o filme e os acordos dos cinemas locais para exibir longas aprovados "são decisões comerciais dos cinemas envolvidos". Recusou-se a comentar tais acordos.

Uma exibição inicialmente marcada para terça-feira à noite em um cinema foi cancelada devido a "razões técnicas", disse o organizador no Instagram.

Kenny Ng, professor da academia de cinema da Universidade Batista de Hong Kong, recusou-se a especular sobre o motivo do cancelamento, mas sugeriu que o mecanismo de silenciar as críticas parecia recorrer a decisões comerciais.

Hong Kong é uma ex-colônia britânica que voltou ao domínio da China em 1997, prometendo manter suas liberdades de estilo ocidental. Mas a China impôs uma lei de segurança nacional após grandes protestos pró-democracia em 2019, silenciando ou prendendo muitos dissidentes.

Em 2021, o governo endureceu as diretrizes e autorizou os censores a proibir filmes que violassem a lei abrangente. Ng disse que a cidade viu mais casos de censura nos últimos dois anos, principalmente direcionados a filmes não comerciais, como curtas-metragens independentes. "Quando há uma linha vermelha, então há mais tabus", disse ele.

Estadão
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