'Simplesmente perdi a cabeça', diz Will Smith sobre a agressão a Chris Rock no Oscar
Em entrevista ao humorista Trevor Noah, ator teme que o ato prejudique a divulgação de seu novo filme, 'Emancipation'
"Simplesmente perdi a cabeça", disse Will Smith sobre a bofetada desferida contra o comediante Chris Rock durante a cerimônia do Oscar, em março. O ator voltou ao assunto na segunda-feira, 28, durante o programa Daily Show With Trevor Noah, comentador e humorista que se demonstrou mais compreensivo sobre o caso na época do incidente. "Pessoas magoadas magoam pessoas", disse ainda Smith, que enfrenta a difícil tarefa de promover o seu novo filme, Emancipation, que deve estrear no dia 9 de dezembro nos EUA no serviço de streaming da Apple TV+
Foi uma das primeiras vezes que Smith falou na televisão sobre o assunto - para quem não se lembra, ele subiu inesperadamente ao palco do Oscar no momento em que o Chris Rock iria anunciar o vencedor de documentário. Minutos antes, Rock havia feito uma piada de mau gosto sobre a cabeça raspada de Jada Pinkett Smith, mulher do ator, que sofre de alopecia, uma doença autoimune que provoca a perda de cabelo.
Diante de uma audiência incrédula, Smith subiu ao palco e esbofeteou Rock, falando ainda um palavrão. Minutos mais tarde, Smith voltou ao palco para receber o Oscar de melhor ator por sua atuação em King Richard: Para Além do Jogo. Ele fez um discurso emocionado em que pediu desculpas a muita gente, mas não a Rock. Isso só aconteceu cerca de duas semanas depois, por meio de um vídeo.
Na entrevista a Trevor Noah, Smith descreveu aquela noite de 28 de março como "horrenda". "Há muitas nuances e complexidades envolvidas, mas no fim de contas, eu simplesmente perdi a cabeça", disse o ator ao humorista sul-africano. "Acho que se pode dizer que nunca se sabe o que se passa com alguém."
Will Smith, que foi banido pela Academia de Hollywood de qualquer evento promovido por ela (mas o ator pode ser indicado a prêmio), lamentou apenas que confusão possa penalizar a equipe de Emancipation, filme no qual ele vive um escravo foragido, Peter, cujas cicatrizes de espancamento se tornaram um símbolo de consciência nos EUA da barbárie promovida pelos escravagistas.
Com vistas para o Oscar, os produtores do longa adiaram ao máximo a estreia do filme a fim de se afastar do incidente.
Smith disse ainda que, naquela noite, estava com um problema, mas não entrou em detalhes. Mas isso não justificou seu comportamento. "Sempre quis ser o Super-Homem", disse ele, refletindo sobre o que significa ser humano e não um homem cheio de ideais de força e superação. "Sempre quis entrar e salvar a donzela em apuros. E tive de me tornar humilde, e perceber que sou um humano com falhas e que ainda tenho a oportunidade de contribuir com algo [bom] para o mundo de uma forma que preencha o meu coração e que, espero, ajude outras pessoas."