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Terror com Demi Moore gera aplausos de 10 minutos no Festival de Cannes

"The Substance" mistura terror corporal e sátira de Hollywood em uma trama sobre juventude e beleza

19 mai 2024 - 22h08
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Foto: Divulgação/Universal Pictures / Pipoca Moderna

O terror "The Substance", dirigido por Coralie Fargeat ("Vingança"), teve sua estreia mundial na noite deste domingo (19/5) em competição no Festival de Cannes, recebendo uma ovação de cerca de 10 minutos do público no Grand Lumiere Theatre.

O segundo longa-metragem da cineasta francesa e seu primeiro em inglês reúne Demi Moore ("Feud: Capote vs. The Swans"), Dennis Quaid ("Juntos para Sempre") e Margaret Qualley ("Pobres Criaturas") no elenco. Os três atores estiveram presentes na exibição.

O filme mistura elementos de "Crepúsculo dos Deuses" (1950) e "Freaks" (1932), e se destaca como uma das produções mais ousadas da competição em Cannes desde "Titane", que venceu a Palma de Ouro de 2021. Com a recepção calorosa, "The Substance" pode seguir o mesmo caminho de sucesso no festival.

Sinopse e temática

No início de "The Substance", Elisabeth Sparkle (Demi Moore) é demitida de seu cargo como apresentadora de um programa de exercícios diurnos. Sua trajetória de ex-atriz vencedora do Oscar com estrela na Calçada da Fama de Hollywood não é suficiente para mantê-la no programa "Sparkle Your Life". O produtor Harvey (Dennis Quaid) a substitui por uma estrela mais jovem e bonita, refletindo a crueldade da indústria televisiva.

A trama do filme se desenvolve quando Elisabeth recorre a um programa chamado "The Substance", que permite às pessoas clonarem versões mais jovens de si mesmas. As regras são claras: os clones alternam entre um estado de coma e atividade a cada sete dias. Elisabeth e sua versão mais jovem, Sue (Margaret Qualley), inicialmente seguem as regras, mas logo entram em conflito. Sue prospera, ganhando a atenção de Harvey e seu próprio programa de exercícios, enquanto Elisabeth enfrenta a invisibilidade e o declínio.

O filme explora a descartabilidade das mulheres em uma sociedade sexista, tema que Fargeat já abordou em seu thriller de 2017, "Vingança". Também aborda a maneira como convenções sociais transformam mulheres contra si mesmas, propondo uma reflexão sobre a toxicidade dos padrões impostos pela sociedade.

Demi Moore entrega uma performance visceral, destacando a angústia e o desespero de sua personagem, que serve sob medida para o estilo visual hiperativo da diretora, que utiliza ângulos ultra-wide, closes e uma paleta de cores vibrantes que contribuem para a linguagem visual surreal do filme, especialmente durante as cenas de mutilação corporal.

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