Script = https://s1.trrsf.com/update-1731943257/fe/zaz-ui-t360/_js/transition.min.js
PUBLICIDADE

Terror 'Mouse Trap' coloca Mickey como psicopata assassino apenas pela piada e faz humor rasteiro

Filme em cartaz nos cinemas - e que se vale da entrada do personagem em domínio público - não tem o que dizer

18 nov 2024 - 19h00
(atualizado às 22h11)
Compartilhar
Exibir comentários

Assim como as livrarias ficaram lotadas de versões de O Pequeno Príncipe após o fim dos direitos autorais da obra de Antoine de Saint-Exupéry, o cinema pode se preparar. Nos próximos anos, deve haver uma avalanche de filmes com o Mickey Mouse. E não é algo à toa: desde 1º de janeiro de 2024, a primeira versão do rato não é mais de propriedade da Walt Disney. Agora, qualquer um pode usar os personagens do curta Steamboat Willie.

O primeiro lançamento neste sentido, claro, veio do terror. Mouse Trap: A Diversão Agora é Outra é o típico filme de fim de patente. Estreia desta quinta-feira, 14, o longa não está preocupado com a história ou em convencer o espectador de que é um grande filme - o que, já adiantamos, não é. É um longa que existe por existir, apenas preocupado em fazer marketing a partir do ineditismo da coisa: colocar o Mickey Mouse pra matar pessoas.

A mesma história de sempre

Mouse Trap, afinal, conta a história de um grupo bem desinteressante de amigos que se reúne em um fliperama, no final do dia, quando a loja já está fechada. Entre romances e intrigas, esse grupo começa a sumir pouco a pouco. O motivo, claro, é aquilo que esperamos: nos bastidores da loja, uma pessoa (ou seria criatura?) está vestida como o Mickey de Steamboat Willie, matando com uma enorme faca.

A partir daí, surgem aqueles questionamentos de sempre: quem será a pessoa por trás da máscara? Qual o objetivo? Até onde ela pode chegar e como os jovens podem sobreviver?

Com essa premissa, é natural comparar Mouse Trap com outros filmes que embarcam na onda do fim dos direitos autorais, como o malfadado Ursinho Pooh: Sangue e Mel ou, ainda, os já variados longas de terror com a Cinderela. No entanto, é necessário dizer: perto de Mouse Trap, o terror da turminha do Ursinho Pooh parece uma obra-prima, um novo Cidadão Kane. O filme do rato, afinal, está contente em ser apenas vazio. Oco.

Vários gatos e um rato

Dirigido por Jamie Bailey (da pérola Viralize ou Morra) e roteirizado pelo também ator Simon Phillips (Sequestrando Chaplin), Mouse Trap parece se divertir em emular o estilo dos filmes de "gato e rato" com personagens fugindo desse psicopata vestido de Mickey. É um humor rasteiro, que já fica evidente no primeiro minuto, quando os diretores colocam um letreiro no estilo de Star Wars para falar como amam a Disney - de verdade, precisava disso?

E o que mais o espectador espera, que é a revelação do motivo de existir um assassino por aí vestido como Mickey Mouse, nunca chega. Ursinho Pooh: Sangue e Mel pelo menos cria uma mitologia própria com esses animais, enquanto os slashers da Cinderela se divertem o suficiente apenas ao recriar essa história, colocando a princesa em situações absurdas.

Muita gente pode dizer que Mouse Trap é um filme apenas para ganhar dinheiro, mas nem isso: o longa-metragem custou inacreditáveis US$ 800 mil e arrecadou, de acordo com o Box Office Mojo, apenas US$ 60 mil até agora. Saiu no prejuízo, não contou uma boa história e desperdiçou uma oportunidade. Talvez, no fundo, serviu apenas para deixar os executivos da Disney de cabelo em pé - mas tranquilos após a falta de bons resultados.

Agora, é esperar a estreia ScreamBoat, outro terror com o Mickey. Só tem uma imagem divulgada, mas fica a sensação que é quase impossível ser pior do que Mouse Trap. A ver.

Os adolescentes que tentam sobreviver ao Mickey são absolutamente desinteressantes
Os adolescentes que tentam sobreviver ao Mickey são absolutamente desinteressantes
Foto: A2 Filmes/Divulgação / Estadão
'Mouse Trap' parece um filme feito por fãs, ou até por haters, do Mickey Mouse
'Mouse Trap' parece um filme feito por fãs, ou até por haters, do Mickey Mouse
Foto: A2 Filmes/Divulgação / Estadão
Estadão
Compartilhar
Publicidade
Seu Terra












Publicidade