Hathaway se desculpa por dor causada a deficientes em papel
Anomalia de membros comumente conhecida como "mão rachada" é usada para caracterizar a personagem da atriz
A atriz Anne Hathaway, vencedora do Oscar por Os Miseráveis, resolveu se manifestar, após a controvérsia causada por sua aparição como uma vilã com deficiência no filme Convenção das Bruxas.
ONGs, atletas e até a organização das Paraolimpíadas reclamaram da forma como a etrodactilia, uma anomalia de membros comumente conhecida como "mão rachada", é usada para caracterizar a personagem da atriz, que é uma bruxa maligna, e assim perpetuar os estereótipos de que as malformações são anormais ou assustadoras. Na refilmagem do clássico infantil de 1990, a bruxa encarnada por Hathaway tem dedos faltando em suas mãos, e isso é apresentado na trama como sinal de que ela é um monstro terrível.
Depois da Warner, que produziu o filme dirigido por Robert Zemeckis (De Volta ao Futuro), emitir um comunicado desculpando-se para a comunidade dos portadores da deficiência, a atriz também lamentou a "dor causada".
"Sinto muito", escreveu Hathaway no Instagram na quinta-feira (5/11). "Eu não conectei a maquiagem com a [anomalia de] diferença de membros quando o visual do personagem me foi apresentado; se eu tivesse, eu asseguro a vocês que isso nunca teria acontecido."
"Como alguém que realmente acredita na inclusão e realmente detesta a crueldade, devo a todos vocês um pedido de desculpas pela dor causada", ela escreveu, como legenda de um vídeo informativo do Lucky Fin Project, uma organização sem fins lucrativos que aumenta a conscientização sobre as diferenças dos membros.
A reação que gerou maior repercussão foram comentários de Amy Marren, uma nadadora paralímpica britânica de 22 anos, que publicou um tuíte na segunda-feira, dizendo que estava "decepcionada" com a representação do filme. "Sim, estou totalmente ciente de que este é um filme e as personagens são bruxas. Mas bruxas são essencialmente monstros. Meu medo é que as crianças assistam a este filme, sem saber que ele exagera enormemente o original de Roald Dahl e que as diferenças de membros comecem a ser temidas", escreveu ela. "Isso abre novas conversas difíceis para aqueles com diferenças de membros e atrasa o que estamos tentando alcançar, que é celebrar quem você é!"