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Instituto francês se manifesta sobre Cinemateca: "Abandono"

O Instituto Lumière, sediado em Lyon, considerou o incêndio como um símbolo da "desastrosa política cultural" governo brasileiro

30 jul 2021 - 15h31
(atualizado às 16h40)
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O Instituto Lumière, sediado em Lyon, na França, se manifestou por meio de um comunicado a respeito do incêndio que atingiu parte de um galpão da Cinemateca Brasileira, na Vila Leopoldina, zona oeste de São Paulo, nesta quinta-feira, 29, possivelmente tendo destruído cerca de 2 mil cópias de filmes raros e restaurados. 

O órgão, que recebe o nome dos irmãos franceses que inventaram a técnica cinematográfica e que é dedicado à preservação da memória do cinema, condenou a gestão do governo Bolsonaro, que administra o órgão, afirmando que a Cinemateca foi vítima de "abandono" e que seu incêndio é mais um símbolo da "desastrosa política cultural" do Brasil. 

Incêndio na Cinemateca Brasileira, em São Paulo, Brasil
29/07/2021 REUTERS/Carla Carniel
Incêndio na Cinemateca Brasileira, em São Paulo, Brasil 29/07/2021 REUTERS/Carla Carniel
Foto: Reuters

O comunicado do instituto lembra que a tragédia ocorre "menos de três anos após o incêndio do Museu Nacional" e que infelizmente não é a primeira vez que a Cinemateca sofre danos, tendo passado por outros quatro incêndios e, no ano passado, um alagamento. O Lumière afirma, porém, que a "principal dificuldade de suas equipes (da Cinemateca) são, sem dúvida, as condições impostas pelo atual governo brasileiro".

O instituto lembra, ainda, dos sucessivos alertas de risco de incêndio que a Cinemateca corria, por parte dos funcionários, por meio de um manifesto em abril de 2020, e do Ministério Público, além da demissão de 41 pessoas. O Lumière encerra seu comunicado com uma fala do cineasta brasileiro Kléber Mendonça Filho, diretor de Bacurau e Aquarius, e membro do júri do Festival de Cannes deste ano, que afirmou: "O que vivemos hoje no Brasil é uma sabotagem do sistema de suporte à cultura. Esse fomento à cultura faz parte da Constituição brasileira."

Estadão
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