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Karim Aïnouz busca suas origens em O Marinheiro das Montanhas

Longa estreou na Mostra Internacional de Cinema de SP e chega às telas no primeiro semestre de 2022

28 out 2021 - 16h19
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Crescer com um nome argelino em Fortaleza fez com que, muitas vezes, o cineasta Karim Aïnouz se sentisse um estrangeiro em sua própria terra. Seus pais se conheceram nos Estados Unidos - sua mãe partindo do Brasil e, seu pai, saindo de uma Argélia que buscava sua independência do domínio francês.

Filme relembra a história de amor entre uma brasileira e um argelino
Filme relembra a história de amor entre uma brasileira e um argelino
Foto: Divulgação

Mas Karim só conheceu o pai quando tinha 18 anos, em um café na França. Ele nunca havia visitado o país de sua família paterna até 2019, quando decidiu partir em busca de suas origens e registrar esse percurso solitário com sua câmera. 

Sua ideia se transformou no belíssimo documentário O Marinheiro das Montanhas, longa aplaudido por 15 minutos no Festival de Cannes deste ano. A estreia no Brasil aconteceu na 45ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, mas o filme só deve chegar às telas no primeiro semestre de 2022.

Entre registros da viagem, filmagens caseiras, fotografias de família, arquivos históricos e trechos de super-8, o longa mescla imagens da história de amor dos pais do diretor, da Guerra de Independência Argelina, memórias de infância e os contrastes entre o vilarejo de seu pai na Cabília, região montanhosa no norte da Argélia, e Fortaleza, cidade natal de Karim e de sua mãe, Iracema. 

Em 'O Marinheiro das Montanhas', Karim Aïnouz busca as origens de sua família
Em 'O Marinheiro das Montanhas', Karim Aïnouz busca as origens de sua família
Foto: Divulgação

O processo de criação se deu durante a pandemia, quando o cineasta se debruçou sobre o material filmado em janeiro de 2019 e fez uma intensa pesquisa em arquivos históricos e pessoais. O longa é todo narrado por Karim, que, junto com o roteirista Murilo Hauser, teve a ideia de escrever uma carta para a sua mãe, já falecida, transformada aqui em uma companheira imaginária de viagem.

Mais do que um filme sobre uma viagem e sobre uma história familiar, o longa também faz um retrato da Argélia de hoje - um país que homenageia os guerreiros que lutaram pela independência em suas ruas e em seus monumentos. A memória dos milhares de mortos na Guerra continua viva, assim como o desejo pela liberdade.

O Terra conversou com o diretor Karim Aïnouz sobre os bastidores dessa viagem, o processo de produção do longa e a situação do cinema brasileiro nos dias de hoje. Confira no vídeo:

Karim Aïnouz fala sobre filme ovacionado em Cannes:
Fonte: Redação Terra
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