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Luiz Melodia: No Coração do Brasil é convite e tributo à obra do artista; RS já viu

Propondo uma viagem sonora e visual pela carreira de Luiz Melodia, o filme coloca o próprio Poeta do Estácio para narrar sua história

16 jan 2025 - 14h08
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Luiz Melodia: No Coração do Brasil é convite e tributo à obra do artista; leia a crítica
Luiz Melodia: No Coração do Brasil é convite e tributo à obra do artista; leia a crítica
Foto: Divulgação/Embaúba Filmes / Rolling Stone Brasil

Luiz Melodia: No Coração do Brasil, documentário dirigido por Alessandra Dorgan, estreia nos cinemas brasileiros a partir desta quinta-feira (16) com dois propósitos: honrar o legado de Luiz Melodia, mas também apresentá-lo a quem nunca ouviu falar do Poeta do Estácio. E quem melhor que o próprio artista para falar de si mesmo? Afinal, não é bom relembrar um amigo que já se foi a partir das histórias que ele mesmo contava?

A ideia de construir uma narrativa através da voz do próprio Melodia, utilizando materiais raros e entrevistas ao longo dos anos, é o principal trunfo de Luiz Melodia: No Coração do Brasil, pois proporciona uma visão mais íntima e pessoal do artista.

Há um esforço significativo para compor o retrato de uma figura central na música brasileira, que muitas vezes ficou à margem dos grandes reconhecimentos da indústria fonográfica. No entanto, Dorgan evita as tradicionais "cabeças falantes" e depoimentos de artistas, dando uma sensibilidade única à história que quer contar e deixando que as músicas do Poeta do Estácio — e o próprio — falem por ele.

Ao focar no repertório musical e nas canções que definiram sua carreira, o filme se apresenta mais como um tributo do que uma exploração completa da pessoa por trás da música. A curadoria das músicas escolhidas, como "Ébano" e "Juventude Transviada", é bem acertada, pois tais canções não apenas representam parte de seu talento, mas também dialogam com as tensões enfrentadas como artista negro em uma sociedade marcada pelo racismo.

Por outro lado, a repetição de certos temas e o uso excessivo de algumas imagens de arquivo podem dar a impressão de que o filme falta em conteúdo. Com uma cronologia clara e simples, passando por sua origem humilde, sua relação com o pai compositor, e as temáticas importantes em sua vida, como as dificuldades enfrentadas no mercado fonográfico e o racismo estrutural, o documentário acaba carecendo de maior profundidade no Luiz Melodia enquanto pessoa.

A falta dessa análise de sua psicologia e das contradições de sua carreira faz com que a figura do Poeta do Estácio se mantenha, em muitos momentos, mais simbólica do que humana. O documentário, então, funciona muito bem como um convite à música de Luiz Melodia, mas não se aprofunda nas múltiplas facetas de sua vida, deixando o espectador com a sensação de que a figura de Melodia não é completamente desvendada.

Em suma, Luiz Melodia: No Coração do Brasil é um documentário digno de aplausos, tanto pela forma como celebra a música do artista quanto pelo respeito à sua memória. No entanto, sua limitação reside em não conseguir explorar completamente a complexidade de Melodia como ser humano e artista.

O filme pode ser visto como um tributo e também um convite à sua obra, mas também deixa a desejar em sua tentativa de construir uma narrativa mais abrangente e profunda sobre sua vida, tornando-se uma obra mais voltada para seus fãs e aqueles que o desconhecem do que para aqueles que buscam entender o homem por trás das canções.

Especial de cinema da Rolling Stone Brasil

O cinema é tema do novo especial impresso da Rolling Stone Brasil. Em uma revista dedicada aos amantes da sétima arte, entrevistamos Francis Ford Coppola, que chega aos 85 anos em meio ao lançamento de seu novo filme, Megalópolis, empreitada ousada e milionária financiada por ele próprio.

Inabalável diante das reações controversas à novidade, que demorou cerca de 40 anos para sair do papel, o cineasta defende a ousadia de ser criativo da indústria do cinema e abre, em bom português, a influência do Brasil em seu novo filme: "Alegria".

O especial ainda traz conversas com Walter Salles, Fernanda Torres e Selton Mello sobre Ainda Estou Aqui, um bate-papo sobre trilhas sonoras com o maestro João Carlos Martins, uma lista exclusiva com os 100 melhores filmes da história (50 nacionais, 50 internacionais), outra lista com as 101 maiores trilhas da história do cinema, um esquenta para o Oscar 2025 e o radar de lançamentos de Globoplay, Globo Filmes, O2 Play e O2 Filmes para os próximos meses.

O especial de cinema da Rolling Stone Brasil já está nas bancas de jornal, mas também pode ser comprado na loja da editora Perfil por R$ 29,90. Confira:

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