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Mark Chapman: a história do assassino de John Lennon

Conheça a histórias e as motivações de Mark Chapman, o assassino que chocou o mundo ao matar um dos maiores músicos da história

13 jun 2023 - 14h01
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Conheça a histórias e as motivações do assassino que chocou o mundo ao matar um dos maiores músicos da história
Conheça a histórias e as motivações do assassino que chocou o mundo ao matar um dos maiores músicos da história
Foto: Reprodução / Hollywood Forever TV

No dia 8 de dezembro de 1980, John Lennon, cantor, compositor e fundador dos The Beatles, uma das bandas de maior sucesso da história da música, voltava de um estúdio de gravação com sua esposa, Yoko Ono. Enquanto entrava em sua residência, o famoso Edifício Dakota, em Nova York, Lennon levou cinco tiros que foram fatais. O responsável pela morte de John Lenon fora Mark Chapman, um homem que, na época, tinha 25 anos e se juntara a um grupo de fãs do artista em frente à sua casa, na intenção de cometer o assassinato. 

Na mesma tarde, quando Lennon estava saindo de seu apartamento, Chapman estava na frente do local e pediu um autógrafo do cantor. Horas depois, cometera o assassinato que chocou o mundo. Mas, quem foi Mark Chapman, o assassino de John Lennon, afinal? Quais foram as motivações que o levaram a cometer tal ato? Conheça um pouco mais da história do assassino.

Dakota Building, local onde John Lennon foi assassinado /
Dakota Building, local onde John Lennon foi assassinado /
Foto: Wikimedia Commons / Hollywood Forever TV

MARK CHAPMAN

Nascido em 10 de maio de 1955, em Fort Worth, Texas, Mark David Chapman viveu, durante a infância, com seu pai, David Chapman, sua mãe, Diane Pease, e sua irmã, Susan, sete anos mais nova. Na época, afirmava ter muito medo do pai, que era abusivo com a esposa e os filhos. Ainda criança, fantasiava sobre comandar um grupo de "pequenas pessoas imaginárias" que moravam em seu quarto. Aos 14 anos, após mudar-se com a família para a Geórgia, passou a usar drogas e chegou a fugir de casa para viver nas ruas de Atlanta por duas semanas. Além disso, afirmou sempre ter sofrido bullying de seus colegas na escola.

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Em 1971, Chapman tornou-se presbiteriano renascido, e distribuía folhetos bíblicos para a população. Trabalhou na Associação Cristã de Moços (ACM), tocando violão em igrejas e casas noturnas, e tornou-se estudante em uma faculdade evangélica de artes liberais presbiteriana na Geórgia. Entretanto, após trair sua namorada, passou a se sentir extremamente culpado e largou os estudos. Começou a ter pensamentos suicidas e, em 1977, quando se mudou para o Havaí, tentou se suicidar, mas não conseguiu. Foi diagnosticado, então, com depressão.

No ano de 1978, Chapman viajou durante seis semanas ao redor do mundo. Começou a se relacionar com uma agente de viagens, Gloria Abe, com quem se casou em 1979. Depois disso, passou por diversos empregos dos quais foi demitido ou pediu demissão após discutir com outros funcionários, até que conseguiu um emprego como segurança noturno. Nesta época, bebia muito e, também, começou a desenvolver algumas obsessões - como obras de arte, o livro O Apanhador no Campo de Centeio, de J.D. Salinger (e o personagem principal, Holden Caulfield, que tentava fielmente imitar a personalidade), e música, incluindo The Beatles.

Mark Chapman /
Mark Chapman /
Foto: Reprodução / Hollywood Forever TV

O CRIME & AS MOTIVAÇÕES

Até cometer o crime, Chapman não possuía nenhum registro na polícia e não era considerado perigoso. O que ninguém imaginava era que, durante três meses, planejou acabar com a vida do músico. Em outubro de 1980, foi para Nova York na intenção de realizar seu plano. No entanto, acabou desistindo e, quando voltou ao Havaí, contou para a sua esposa o que gostaria de fazer e mostrou a arma que comprou para cometer o crime, mas ela não avisou as autoridades.

Chapman se considerava um verdadeiro fã dos Beatles. Entretanto, tudo mudou quando o estilo de vida e algumas declarações públicas de John Lennon começaram a irritá-lo, como o comentário do artista sobre a banda ser "mais popular do que Jesus". Além disso, passou a abominar algumas canções solo do cantor, como God, de 1970, na qual afirma não acreditar em Jesus e na Bíblia, e Imagine, de 1971, na qual diz que devemos imaginar um mundo onde o céu e o inferno não existem - contrariando a crença de diversas religiões. Todos esses fatores culminaram para que Chapman sentisse muita raiva e ódio do artista.

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Na manhã do dia 8 de dezembro de 1970, Chapman deixou seu quarto de hotel em Nova York e partiu para a porta do Edifício Dakota, onde passou o dia conversando com fãs e com o porteiro. Em torno das 17h, Lennon e Yoko deixaram o local para uma sessão de gravação em estúdio e, enquanto caminhavam em direção ao carro, Chapman pediu para que Lennon autografasse uma cópia de seu álbum, Double Fantasy. Neste momento, o fotógrafo amador Paul Goresh fotografou a cena - imagem que, mais tarde, tornou-se extremamente famosa por ser registrada horas antes do crime.

John Lennon dando um autógrafo para Mark Chapman, ao fundo /
John Lennon dando um autógrafo para Mark Chapman, ao fundo /
Foto: Reprodução / Hollywood Forever TV

Mais tarde, aproximadamente 22h50, John Lennon e Yoko voltaram para casa e, enquanto caminhavam em direção ao edifício, Chapman sacou sua arma e disparou cinco balas em direção ao artista. De acordo com algumas fontes, o homem teria dito "Sr. Lennon" antes de cometer o ato para que ele se virasse, mas o mesmo diz não lembrar disso. Segundo o assassino, na hora, não sentiu nenhum tipo de emoção, apenas um silêncio mortal. Em outro momento, em entrevista, afirmou que uma voz misteriosa repetia em sua cabeça "Do it, do it, do it".

Após os tiros, Jose Perdomo, porteiro do prédio, tirou a arma da mão de Chapman e perguntou "você sabe o que acabou de fazer?", recebendo como resposta: "Sim, eu acabei de atirar em John Lennon". Chapman não tentou escapar, e sentou-se na calçada para esperar a polícia, enquanto lia O Apanhador no Campo de Centeio. John Lennon foi levado ao hospital St. Luke's Roosevelt, mas foi declarado morto logo quando chegou.

Exato local onde John Lennon foi assassinado /
Exato local onde John Lennon foi assassinado /
Foto: Wikimedia Commons / Hollywood Forever TV

CONFISSÃO & JULGAMENTO

Acusado de assassinato em segundo grau, Chapman foi entrevistado por diversos psicólogos e psiquiatras antes de seu julgamento. Os seis especialistas de defesa concluíram que o assassino era psicótico (sendo que cinco diagnosticaram esquizofrenia paranoide, enquanto um diagnosticou depressão maníaca). Os três peritos do Ministério Público concluíram que ele possuía transtornos de personalidade, e os peritos nomeados pelo tribunal concordaram que ele estava em estado de delírio, mas era competente para ser julgado.

Em janeiro de 1981, Chapman entrou com um pedido de isenção de culpa por motivo de insanidade. Entretanto, em junho do mesmo ano, decidiu retirar o pedido e se declarar culpado, alegando ser a vontade de Deus. Sua audiência ocorreu no dia 24 de agosto, e o criminoso foi sentenciado à prisão perpétua - com possibilidade de liberdade condicional a partir de 2000, mas que tem sido negada em todas as ocasiões desde então. Mark Chapman cumpre sua pena e, em 2022, foi transferido para o Green Haven Correctional Facility, no Condado de Dutchess.

Mark Chapman e John Lennon /
Mark Chapman e John Lennon /
Foto: Reprodução / Hollywood Forever TV

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