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Martin Scorsese planejou matar chefão do estúdio que exigiu cortes em sua obra-prima: "Sua intenção era atirar"

Foi Quentin Tarantino quem contou a lenda de Hollywood segundo a qual Scorsese passou uma noite inteira elaborando a ideia de cometer assassinato.

3 abr 2023 - 16h03
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Como um bom cinéfilo (às vezes até demais), Quentin Tarantino gosta de dissecar seus filmes favoritos. Um deles é Taxi Driver, clássico de Martin Scorsese lançado em 1976 e estrelado por Robert De Niro. Durante uma entrevista em vídeo com a SKY Movies, em 2009, o diretor resgatou uma daquelas lendas de Hollywood que circulam há décadas, mas cuja veracidade ninguém sabe afirmar. E o que ele contou seria digno de uma produção sua!

Foto: Reprodução / Adoro Cinema

Trata-se do impasse que opôs a distribuidora Columbia Pictures a Scorsese. As filmagens de Taxi Driver já tinham acabado, e o cineasta não poderia estar mais contente com o resultado. "Vendo Taxi Driver, você pode imaginar que, se você tivesse feito aquilo, você estaria compreensivelmente feliz", diz Tarantino. Porém, o longa recebeu classificação etária X nos EUA, o que significa proibido para pessoas com menos de 17 anos, mesmo que acompanhadas de responsável.

"Scorsese teria, portanto, que pegar o que ele considerava uma obra-prima e cortá-la", continua Tarantino, lembrando que, na época, um executivo da Columbia não teve muito simpatia e apenas mandou que Scorsese conseguisse um R. Isto é, que menores pudessem assistir nas salas de cinema desde que na presença de um adulto.

"Diz a lenda que Scorsese ficou acordado a noite toda, embebedando-se com uma arma carregada", relata Tarantino. "Sua intenção era atirar no executivo da Columbia quando amanhecesse, por fazê-lo cortar sua obra-prima. De fato, foi uma vigília. Alguns amigos e colegas cineastas vieram falar com ele, tentando dissuadi-lo. E aparentemente isso durou a noite toda."

Robert De Niro e Martin Scorsese nos bastidores de Taxi Driver.
Robert De Niro e Martin Scorsese nos bastidores de Taxi Driver.
Foto: Adoro Cinema

"Acontece que, no fim da noite, já certo de que mataria o sujeito, Scorsese tentou encontrar dentro de si uma última alternativa para não fazê-lo", prossegue Tarantino. "A ideia que lhe ocorreu foi de reduzir em dois graus a saturação do sangue na cena da carnificina final, transformando o vermelho brilhante em um vermelho bordô. Foi assim que Scorsese deixou de matar alguém e obteve seu R."

Para os que não se lembram, Taxi Driver gira em torno de Travis Bickle (De Niro), um veterano da Guerra do Vietnã que tem 26 anos e vive solitário no meio da grande Nova York. Logo, ele começa a trabalhar como motorista de táxi no turno da noite, crescendo o sentimento de revolta pela miséria, o vício, a violência e a prostituição que estão sempre à sua volta. Travis começa a cogitar, então, tomar algumas medidas drásticas para mudar esse cenário.

Tarantino conclui pedindo desculpas a Scorsese se a história não for verídica, mas brinca que, como artista, gostaria muito que fosse. Em seu livro "Easy Riders, Raging Bulls" (1998), que faz uma retrospectiva dos diretores da Nova Hollywood, o jornalista e crítico Peter Biskind conta que ninguém menos que Steven Spielberg esteve envolvido na "vigília" de Scorsese.

A versão de Spielberg é menos dramática que a de Tarantino: "Scorsese apontou o dedo indicador para Stanley Jaffe [então vice-presidente da Columbia], dizendo: 'Ele é o chefe do estúdio, eu vou atrás dele, vou pegar uma arma e matá-lo.' Ele não estava falando sério, mas estava deixando escapar toda a sua raiva e queria compartilhar isso conosco."

Fica a dica: Taxi Driver está disponível no catálogo da Netflix.

Adoro Cinema
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