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Metrô de SP desativa instalação da Netflix após acidente e 'tiroteio'; saiba detalhes

Metrô de São Paulo toma medida drástica após confusão e pisoteamento em baldeação: instalação da Netflix é desativada para evitar acidentes

29 nov 2024 - 11h33
(atualizado às 13h03)
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Metrô de São Paulo interrompeu a divulgação da série Senna no local
Metrô de São Paulo interrompeu a divulgação da série Senna no local
Foto: Divulgação / Contigo

O Metrô de São Paulo decidiu suspender uma ação de marketing da Netflix para impulsionar a estreia da série Senna. A experiência sensorial na baldeação das linhas Verde e Amarela gerou uma grande confusão, com arrastão, pessoas sendo pisoteadas e muitos passageiros machucados.

O resultado? O túnel agora não conta mais com as iluminações e sons especiais de divulgação da produção, apenas os banners seguem colados na passagem.

A coluna passou pelo caminho na manhã desta sexta-feira (29) e filmou o trajeto, que em momento algum teve sua iluminação alterada ou emitiu qualquer som relativo a uma pista de automobilismo. A famosa música que a Globo tocava todas as vezes em que o piloto vencia uma corrida também não foi executada.

De maneira informal, conversamos com uma agente de segurança que dava plantão no túnel e ela apenas nos disse que os sons não haviam sido projetados hoje, mas não sabia dizer o motivo. Entramos em contato com o Metrô de São Paulo para saber se a decisão de desligar os efeitos visuais e sonoros estavam relacionados aos tumultos ocorridos nos últimos dias, mas até a publicação deste texto não tivemos uma resposta.

Assista ao vídeo que gravamos na manhã de hoje no túnel de baldeação entre as linhas do Metrô:

A série estreia na plataforma de streaming nesta sexta-feira e conta a história de Ayrton Senna, sendo vivido por Gabriel Leone. E justamente neste dia o Metrô de São Paulo interrompeu completamente a divulgação da experiência sensorial.

ENTENDA A CONFUSÃO

Há dos dias, uma grande confusão se instaurou no local após gritos de pessoas que realizavam o trajeto. Muitos não conseguiram entender que os sons se tratavam de carros de corrida e se desesperaram, gerando correria e tumulto. Em seu perfil, a jornalista Carolina Costa confessou que se assustou e foi pisoteada ao gritarem para evacuarem o local imediatamente.

"Gritaram que era para correr lá em cima nas escadas rolantes, por conta do barulho, alguém se assustou. E você soma luzes vermelhas que já indicam atenção, alguém gritando que é para correr, está todo mundo em um túnel e o que aconteceu? Sim, todo mundo começou a correr, pessoas caindo, eu caí, me pisotearam, foi horrível, horrível. É uma sensação de que você vai morrer, porque a gente vê essas coisas em filmes, você não espera que vai acontecer com você. Foi horrível, tive uma crise lá. Não estou conseguindo... Acabou de acontecer. Eu não estou conseguindo relembrar porque me dá uma ansiedade terrível, porque eu fechei os olhos, não queria mais abrir porque eu achei que eu ia morrer pisoteada ali hoje", esclareceu.

"O barulho que eles colocaram com a contagem e com a iluminação vermelha, é o barulho do autódromo, é um barulho extremamente alto de corrida. Por isso que vocês sempre vêem as pessoas de fone, que trabalham lá embaixo na pista de corrida. Agora vocês pensem nesse barulho no túnel que existe aqui na linha amarela para ter acesso na linha amarela, saindo da linha verde para linha amarela do metro.  Eu ainda tentei me segurar, mas como é um túnel, as paredes são curvas, eu não consegui. E aí um moço caiu em cima de mim. Eu tentei pegar minha mochila para colocar no meu peito, porque imaginei que eu ia ser pisoteada nessa região e eu não queria. Eu queria proteger essa parte para não me prejudicar tanto", acrescentou.

Em uma gravação, a comunicadora ainda pontuou que jamais havia passado por algo tão intenso durante o trajeto: "E aí a sensação de morte muito forte, com aquele grito e correria e horrível, mas assim precisam urgentemente pausar essa parte da sensorial, essa parte dessa combinação de barulho estrondoso com uma iluminação vermelha num túnel onde, gente, são milhares de pessoas que passam ali por dia, sabe? Não, não tem. Você vai botar uma pessoa para correr num labirinto, sabe, podia ser pior hoje. Teve gente que se machucou, de imediato, de sentir, pisaram na mão de uma moça, outra no joelho, outra precisando de curativa, outra pessoa chegando de cadeira de roda. Então assim, eu espero de verdade que parem com essa intervenção, principalmente a parte do som e da iluminação, porque foi horrível e eu não desejo essa sensação de ser pisoteada para ninguém".

Em nota enviada à coluna, ontem, o Metrô admitiu que houve acidentes e correria no túnel de baldeação, mas atribuiu o caso à queda de um casal de idosos na saída da esteira rolante, somado ao grito de um passageiro que desesperou todos os demais ao afirmar que estava ocorrendo um tiroteio no local.

*Texto de Júlia Wasko

Júlia Wasko é estudante de Jornalismo e apaixonada por notícias, entretenimento e comunicação. Siga Júlia Wasko no Instagram: @juwasko

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