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Michelle Williams vive triângulo amoroso em novo filme

6 dez 2012 - 10h22
(atualizado às 11h26)
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O título nacional da comédia dramática Take this Waltz dá uma pista reveladora - mas que, de certa forma, também engana - sobre o que é o segundo longa dirigido pela atriz canadense Sarah Polley.

Michelle Williams é a protagonista do longa de Sarah Polley
Michelle Williams é a protagonista do longa de Sarah Polley
Foto: Divulgação

Entre o Amor e a Paixão fala de Margo (Michelle Williams, de Sete Dias com Marilyn), jovem que se casou cedo com Lou (Seth Rogen, de O Besouro Verde), escritor de livros de culinária. Ela acaba se envolvendo com seu vizinho, Daniel (Luke Kirby), um daqueles personagens com profissões poéticas que parecem existir apenas no cinema e televisão (ele conduz uma espécie de riquixá chinês).

Na verdade, todo o mundo onde se passa o filme de Sarah parece um universo à parte, quase um outro planeta - a estranha fotografia pode ser uma pista. Na verdade, as imagens do longa parecem artificiais, bem como os personagens, as performances, o desenrolar da trama.

Margo se apaixona e fica dividida entre o marido e o amante. A dúvida consome a protagonista e ela nunca faz algo que uma pessoa minimamente sensata faria: parar e pensar.

Margo se joga sem medir consequências e magoa não somente quem está à sua volta, mas a si mesma também. O que ela talvez custe a enxergar é que existe uma terceira via: nenhum dos dois, o que, dado o perfil dos personagens masculinos, seria a mais indicada. Mas Margo está tão, mas tão centrada em si mesma, que é incapaz de ver além de seu umbigo.

Aí reside uma das armadilhas do filme, como alguém pode se interessar por personagens tão sem graça, cujas crises emocionais parecem a única opção de vida? A resignação do marido traído também é uma outra via, mas não mais atrativa. Entre o Amor e a Paixão segue esses personagens que nunca estão felizes, não sabem o que querem, mas não deixam de querer.

Pode-se até argumentar que o ser humano é assim, nunca sabe ao certo o que quer, deseja o que não pode ter, ou não dá valor ao que tem, e tantas outras frases tiradas da sabedoria popular.

Mas será que todo mundo é assim mesmo o tempo todo? No universo de Sarah Polley, os personagens são - dos protagonistas aos coadjuvantes, como a cunhada complicada de Margo, Geraldine, vivida pela comediante Sarah Silverman, a presença mais grata no elenco.

A artificialidade do filme contamina os personagens e, consequentemente, as relações humanas. Há uma montagem (ao som de uma música de Leonard Cohen, que empresta o título original ao longa) que acontece lá pelo meio da narrativa, que mostra Margo e Daniel experimentando diversos tipos de sexo.

Supostamente, a sequência é sensual, ousada, até erótica. Mas seu artificialismo a torna inócua. Se seu efeito é dar início a uma segunda parte do filme, serve de alerta para um problema grave de ritmo.

Em seu primeiro filme, Longe Dela (2006), Polley fez um estudo delicado sobre um amor que sobrevive ao tempo e a outras adversidades, como infidelidade e Alzheimer. Curiosamente, ao falar de pessoas bem mais velhas do que ela, a diretora parecia mais segura, mais à vontade do que aqui, no qual lida com personagens de sua geração.

O filme não é de todo ruim. O uso do antigo hit Video Killed the Radio Star é eficiente e bonito - a alegria da música serve como um contraponto aos personagens um tanto sonsos.

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