Morre o diretor Nelson Pereira dos Santos, aos 89 anos
Um ícone do Cinema Novo se vai.
Hoje é um dia triste para o cinema brasileiro. Aos 89 anos, o diretor Nelson Pereira dos Santos faleceu neste sábado, 21 de abril, em decorrência de um tumor no fígado. Ele estava internado no hospital Samaritano desde o último dia 12, devido a uma pneumonia.
Um dos principais expoentes do Cinema Novo, Nelson foi responsável por alguns dos filmes mais importantes da sétima arte nacional, como Rio, 40 Graus, Vidas Secas, Memórias do Cárcere e Rio, Zona Norte. Seus últimos trabalhos no cinema foram os documentários A Música Segundo Tom Jobim e A Luz do Tom, ambos lançados em 2012.
Vencedor do Prêmio FIPRESCI por Memórias do Cárcere e também do Prêmio OCIC, por Vidas Secas, ambos concedidos após participações no Festival de Cannes, Nelson marcou presença também no Festival de Berlim, onde competiu por quatro vezes ao Urso de Ouro, com Fome de Amor, Como Era Gostoso o Meu Francês, Tenda dos Milagres e A Terceira Margem do Rio. Ainda em Cannes, ele concorreu à Palma de Ouro por Vidas Secas, Azyllo Muito Louco e O Amuleto de Ogum.
Em 2006, Nelson tornou-se o primeiro cineasta eleito pela Academia Brasileira de Letras, em reconhecimento à importância de seu trabalho como cineasta.
Descanse em paz, Nelson. O cinema nacional agradece sua obra e tamanha dedicação em trazer, nas telonas, a realidade do povo brasileiro.