Nova aventura do ‘Homem-Formiga’ promete mais do que cumpre
Filme tem o primeiro terço problemático, mas embala em uma ficção científica que bebe na referência de ‘Star Wars’
Às vezes, parece que, em um piscar de olhos, aparece um novo filme do Universo Cinematográfico da Marvel (MCU, em inglês) ocupando a maioria das salas de cinema. A aventura da vez, Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania, tem um nome enorme e que sugere algo grandioso, mas não entrega.
Essa é a terceira parte da história de Scott Lang, vivido por um Paul Rudd bastante empolgado. O primeiro longa é um filme de assalto, muito rápido e bastante divertido. O segundo, segue a mesma linha. Já nessa história, Lang está praticamente aposentado dos dias de glória como Vingador, vive da fama do podcast e do livro que escreveu, contando detalhes das batalhas contra Thanos e pintando-se como um herói mais importante do que foi de fato.
Sua filha Cassie (Kathryn Newton) percebe a apatia do pai com a situação do mundo e deseja ser uma heroína e acaba criando um dispositivo que, por acidente, leva toda a família para o Reino Quântico, um universo dentro do nosso.
Se a premissa parece misturar ficção e um filme de relações familiares, é porque é isso mesmo. Cassie e Lang acabam separados do resto da trupe, Hope van Dyne (Evangeline Lilly) filha de Hank Pym (Michael Douglas) e Janet Van Dyne (Michelle Pfeiffer). Um grupo quer encontrar o outro para sair do lugar, mas para isso, deve enfrentar a maior ameaça do lugar, Kang, o Conquistador, vivido com maestria por Jonathan Majors (mais sobre ele a frente).
O diretor Peyton Reed não se furta em buscar referências visuais em Star Wars, algumas tomadas seriam encontradas facilmente em alguns dos filmes de George Lucas (e eu estou me referindo aos episódios I, II e III)
A trama tem um ar de aventura familiar, onde os problemas são resolvidos com certa facilidade em detrimento de um ritmo acelerado, tem muita ação, mas o primeiro terço do longa tem problemas de desenvolvimento.
Outro fator problemático está na necessidade de se conhecer boa parte da tapeçaria que o MCU já tem, em diversas produções para o cinema e TV, para poder acompanhar a história.
Como já dito, Homem-Formiga e a Vespa serve mais como uma parte do grande quebra-cabeça da Marvel, e, definitivamente, como filme de apresentação da ameaça principal daqui pra frente: Kang. Apesar de levar o nome de dois heróis no título, é o personagem de Majors que brilha mais, em grande parte pela atuação fora da curva do ator.
Uma das variantes do personagem já tinha aparecido na série Loki (2021), e é notável acompanhar como Majors consegue interpretar o mesmo personagem de maneiras diferentes, se mostrando à vontade em um papel que lhe oferece muito com o que trabalhar.
Kang é realmente ameaçador e promete ser um desafio para os Vingadores, como evidenciam as duas cenas pós-créditos (que são muito boas, por sinal). E, quando digo promete é porque a Marvel se repete mais uma vez em sugerir uma luta grandiosa e acabar empurrando a solução para o filme seguinte, prometendo de novo e de novo, como se estivesse presa em um looping temporal. Mas, pra sorte dos executivos da DIsney, um Feitiço do Tempo bem lucrativo.