Nova série de Ian Somerhalder tem vampiros e debate social
Apocalipse V tem realidade vampiresca mais “pé no chão” e considera aspectos da nossa sociedade para inspirar debates
Foram oito anos na pele de Damon Salvatore, quase uma década interpretando um vampiro. E apenas dois anos após o fim de The Vampire Diaries, Ian Somerhalder está de volta ao mundo dos sugadores de sangue com a série Apocalipse V (V Wars no original), que estreia nesta quinta-feira, 5, na Netflix. “Parece até loucura, mas é um gênero que eu amo muito, e que foi muito bom para mim”, contou em entrevista exclusiva ao Terra. Desta vez, porém, não espere pelo sobrenatural.
Baseada em uma graphic novel de nome homônimo, Apocalipse V é muito mais “pé no chão”, avalia o ator. É que os vampiros daqui são “criados” a partir de um vírus liberado pelo derretimento do gelo, como um dos efeitos do aquecimento global. Ian então deixa as presas de seu antigo personagem para dar vida ao doutor Luther Swann. E é ele que vai lutar contra o tempo para descobrir os mistérios por trás dessa infecção.
Nesse cenário vampiresco, Ian revela que a série considera muitos aspectos da nossa sociedade, como as mudanças de temperatura, fronteiras, racismo, doenças, medo, políticas, para que assim, quem sabe despertar o interesse pelo debate de questões sociais. “Para mim, ter vindo de séries como Lost e Vampire Diaries, que foram grandes projetos e criaram muita conversa, muito diálogo… e eu tenho que ser honesto aqui, eu não desejaria que os espectadores não tivessem essa mesma experiência. E eu acredito que temos uma oportunidade real de fazer isso”, diz.
Para o astro, Apocalipse V é uma chance de repensar a tolerância. “Acho que funciona como uma alegoria do câncer (o vampirismo), e ver como ele destrói lares, comunidades, vidas, e a não tolerância entre as pessoas. O que é interessante no show é como ele mostra como nossa sociedade e nossa economia pode ser. E quando nós pensamos sobre o que segura a nossa economia, nossa sociedade, o que poderia acontecer com uma sociedade que sofre essa ruptura? O que aconteceria com a distribuição de alimentos, da água, como seria a representação legal?”
Outra diferença é em relação aos próprios vampiros. Dependendo da localização e genética, cada um terá características únicas. Ou seja, um vampiro brasileiro será diferente de um europeu, que, por sua vez, não será igual a um vampiro africano, australiano e assim por diante. “E isso é muito legal, porque, mais para frente, isso vai criar um conflito social enorme entre os próprios vampiros”, conta. Também durante a entrevista, o astro comentou sobre o esforço em acertar em detalhes a criação dessas “criaturas” e que não vê a hora de trabalhar no vampiro brasileiro. “A meta é gravar no Brasil”, brinca, “dependendo da resposta do público, vamos gravar ai”.
Meio ambiente
Conhecido pelo seu trabalho como ambientalista, Ian também comentou a crise ambiental que o Brasil enfrenta. “Estamos muito tristes, eu espero que exista uma solução. Eu espero que o Brasil possa contornar essa situação e consiga impedir a destruição de tudo e parar com essa loucura”, disse.
Para o ator, o fim dos recursos naturais é uma questão alarmante, “permitir que eles pereçam, é como se fosse uma sentença de morte para a humanidade”.