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Os 100 melhores filmes brasileiros de todos os tempos

Esta lista foi composta através de críticos jovens e veteranos ao redor de todo o Brasil para celebrar o dia do cinema brasileiro

19 jun 2024 - 15h09
(atualizado às 17h37)
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Por Breno Matos do portal Tem Que Ver Cinema*

Foto: Reprodução/O2 Filmes / Porto Alegre 24 horas

Nos primórdios da sétima arte em terras brasileiras, nasceu uma expressão singular, uma identidade forjada na luz dos projetores. O cinema brasileiro, em seus primeiros passos, capturou a essência do cotidiano, as cores vibrantes da nossa cultura e as histórias profundas do nosso povo. Esse início, lá em meados de 1890 ainda, não foi apenas um marco artístico, mas uma janela aberta para o mundo, mostrando a rica tapeçaria que compõe a nação brasileira.

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Ainda que seja triste perceber que, enquanto o cinema nacional florescia, muitos brasileiros aos longos das décadas optam por cobrir os olhos com vendas americanizadas, preferindo assistir somente a filmes estrangeiros, e quando falados em português por um descuido de escolha, estranha a naturalidade da língua materna nas telas por estar tão acostumados com uma dublagem. Esse distanciamento, essa falta de reconhecimento, é uma ferida que perdura, uma cicatriz da busca constante por validação externa.

Ao apresentar uma lista dos Melhores Filmes Brasileiros de Todos os Tempos, não buscamos impor verdades absolutas ou definir de maneira rígida o que deve ser amado ou odiado. Esta lista é, antes de tudo, um convite. Um convite para redescobrir o cinema nacional, para mergulhar nas narrativas que nos pertencem, para reconhecer e celebrar a nossa própria voz.

As listas são reflexos dos gostos e perspectivas de uma época, instantâneos que capturam a preferência dos votantes em determinado momento. Elas não são verdades imutáveis, mas sim pontos de partida para debates, descobertas e redescobertas. Convidamos novos cinéfilos a explorarem esses tesouros cinematográficos, a olharem além das posições e títulos, e a abraçarem a riqueza e diversidade do cinema brasileiro.

Esta lista foi composta através de críticos jovens e veteranos ao redor de todo o Brasil, em especial o grupo "Os Incompreendidos", para celebrar o dia do cinema brasileiro. Que este mergulho na cinematografia nacional seja um despertar para todos nós. Uma oportunidade para remover as vendas americanizadas e estrangeiras que tanto tentam nos amarrar e ver com clareza a beleza que sempre esteve diante de nós.

VIVA O CINEMA BRASILEIRO!

Top 100:

1º Cabra Marcado Para Morrer, 1984 Eduardo Coutinho

2º Limite, 1931 Mário Peixoto

3º Deus e o Diabo na Terra do Sol, 1964 Glauber Rocha

4º O Bandido da Luz Vermelha, 1968 Rogério Sganzerla

5º São Paulo, Sociedade Anônima, 1965 Luiz Sérgio Person

6º Rio, Zona Norte, 1957 Nelson Pereira dos Santos

7º São Bernardo, 1972 Leon Hirszman

8º Vidas Secas, 1963 Nelson Pereira dos Santos

9º Terra em Transe, 1967 Glauber Rocha

10º Bang Bang, 1971 Andrea Tonacci

11º Jogo de Cena, 2007 Eduardo Coutinho

12º À Meia-Noite Levarei Sua Alma, 1964 José Mojica Marins

13º Central do Brasil, 1998 Walter Salles

14º Rio, 40 Graus, 1955 Nelson Pereira dos Santos

15º Sem Essa Aranha, 1970 Rogério Sganzerla

16º Noite Vazia, 1964 Walter Hugo Khouri

17º Cidade de Deus, 2002 Fernando Meirelles, Kátia Lund

18º Os Fuzis, 1964 Ruy Guerra

19º Falsa Loura, 2007 Carlos Reichenbach

20º O Pagador de Promessas, 1962 Anselmo Duarte

21º Filme Demência, 1986 Carlos Reichenbach

22º O Auto da Compadecida, 1999 Guel Arraes

23º Eles Não Usam Black-Tie, 1985 Leon Hirszman

24º O Padre e a Moça, 1966 Joaquim Pedro de Andrade

25º Edifício Master, 2002 Eduardo Coutinho

26º O Dragão da Maldade Contra o Santo Guerreiro, 1969 Glauber Rocha

27º Alma Corsária, 1993 Carlos Reichenbach

28º Pixote, 1980 Héctor Babenco

29º Compasso de Espera, 1973 Antunes Filho

30º Mar de Rosas, 1977 Ana Carolina

31º Memórias de um Estrangulador de Loiras, 1971 Júlio Bressane

32º A Casa Assassinada, 1971 Paulo César Saraceni

33º O Caso dos Irmãos Nave, 1967 Luiz Sérgio Person

34º A Mulher de Todos, 1969 Rogério Sganzerla

35º A Hora da Estrela, 1985 Suzana Amaral

36º Bacurau, 2019 Kléber Mendonça Filho

37º Ilha das Flores, 1989 Jorge Furtado

38º A Mulher Que Inventou o Amor, 1979 Jean Garrett

39º Matou a Família e Foi ao Cinema, 1969 Júlio Bressane

40º Jardim de Guerra, 1968 Naville D'Almeida

41º Excitação, 1976 Jean Garrett

42º Sertânia, 2020 Geraldo Sarno

43º O Assalto ao Trem Pagador, 1962 Roberto Farias

44º Mato Seco em Chamas, 2022 Adirley Queirós, Joana Pimenta

45º Esta Noite Encarnarei no Teu Cadáver, 1967 José Mojica Marins

46º Rio Babilônia, 1982 Naville D'Almeida

47º O Som ao Redor, 2012 Kléber Mendonça Filho

48º Macunaíma, 1969 Joaquim Pedro de Andrade

49º Iracema: Uma Transa Amazônica, 1975 Jorge Bodanzky, Orlando Senna

50º Que Horas Ela Volta?, 2015 Anna Muylaert

51º O Homem Que Virou Suco João Batista de Andrade

52º O Lobo Atrás da Porta, 2013 Fernando Coimbra

53º O Viajante, 1998 Paulo César Saraceni

54º Garoto, 2015 Júlio Bressane

55º Di Cavaltanti, 1977 Glauber Rocha

56º Todas as Mulheres do Mundo, 1966 Domingos Oliveira

57º Os Homens Que Eu Tive, 1973 Tereza Traufman

58º O Amuleto de Ogum, 1974 Nelson Pereira dos Santos

59º Exorcismo Negro, 1974 José Mojica Marins

60º A Herança, 1970 Ozualdo Ribeiro Candeias

61º Bicho de Sete Cabeças, 2000 Laís Bodanzky

62º A Vida Invisível, 2019 Karim Aïnouz

63º Memórias do Cárcere, 1972 Nelson Pereira dos Santos

64º Os Saltimbancos Trapalhões, 1981 J.B. Tanko

65º O Invasor, 2001 Beto Brant

66º Copacabana Mon Amour, 1970 Rogério Sganzerla

67º Carnaval Atlântida, 1952 José Carlos Burle

68º A Entrevista, 1966 Helena Solberg

69º Amarelo Manga, 2002 Cláudio Assis

70º A Rainha Diaba, 1974 Antônio Carlos da Fontoura

71º Ganga Bruta, 1933 Humberto Mauro

72º Orfeu Negro, 1959 Marcel Camus

73º Madame Satã, 2002 Karim Aïnouz

74º Viagem ao Fim do Mundo, 1968 Fernando Coni Campos

75º Também Somos Irmãos, 1949 José Carlos Burle

76º Os Deuses e os Mortos, 1970 Ruy Guerra

77º Martírio, 2016 Vincent Carelli

78º Porto das Caixas, 1962 Paulo César Saraceni

79º O Império do Desejo, 1981 Carlos Reichenbach

80º A Idade da Terra, 1980 Glauber Rocha

81º A Falecida, 1965 Leon Hirszman

82º A Ilha dos Prazeres Proibido, 1979 Carlos Reichenbach

83º Sinfonia da Necrópole, 2016 Juliana Rojas

84º O Palácio dos Anjos, 1970 Walter Hugo Khouri

85º O Canto da Saudade, 1952 Humberto Mauro

86º Serras da Desordem, 2006 Andrea Tonacci

87º Longo Caminho da Morte, 1972 Júlio Calasso

88º O Signo do Caos, 2003 Rogério Sganzerla

89º Lavoura Arcaica, 2001 Luiz Fernando Carvalho

90º O Beijo da Mulher Aranha, 1985 Héctor Babenco

91º Das Tripas Coração, 1982 Ana Carolina

92º O Desafio, 1965 Paulo César Saraceni

93º Que Bom Te Ver Viva, 1989 Lúcia Mural

94º Recife Frio, 2009 Kléber Mendonça Filho

95º A Margem, 1967 Ozualdo Ribeiro Candeias

96º Durval Discos, 2002 Anna Muylaert

97º Navalha na Carne, 1969 Braz Chadiak

98º Bye Bye Brasil, 1979 Cacá Diegues

99º O Vampiro da Cinemateca, 1977 Jairo Ferreira

100º Tocaia no Asfalto, 1962 Roberto Pires

Lista dos votantes:

1. Alysson Oliveira

2. Alvaro Nicotti

3. Amanda Spineli

4. Andy Malafaia

5. Breno Matos

6. Cecilia Barroso

7. Chico Fireman

8. Diego Scariot

9. Felipe de Souza

10. Filipe Furtado

11. Frank Carbone

12. Gabriel Teiga

13. Guilherme Salomão

14. Gustavo Rezende

15. Henrique Debski

16. Ilana Oliveira

17. Jean Werneck

18. João Manoel

19. José Roberto

20. Júlio Oliveira

21. Leonardo Ferlin

22. Leonardo Lima

23. Marcelo Formiga

24. Pablo Rodrigues

25. Philippe Leão

26. Sérgio Alpendre

27. Sthefany dos Santos

28. Thaís Rodrigues

29. Victor Russo

30. Vinicius Garcia

31. Vinicius Oliveira

32. Viviane Monteiro

33. Wallace Andrioli

*Fundador do grupo Incompreendidos, escritor e crítico de cinema, Breno é autor dos livros; Por Trás de um Sol e Sobre Pássaros e Caracóis. Também analisa filmes recém lançados e divulga grandes autores da sétima arte através de sua página Lanterna Mágica Cinema no instagram. Além de também ser o criador e organizador da premiação amadora de cinema Kurosawa de Ouro. Seu filme do coração é Persona, e respectivamente Ingmar Bergman seu diretor favorito.

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