Oscar: A partir de 2024, premiação terá que seguir novas regras de diversidade; saiba o que muda
Mudanças foram impulsionadas por movimentos com #MeToo e #OscarsSoWhite
A premiação mais importante do cinema hollywoodiano aconteceu no último domingo (12), com direito a momentos históricos e a consagração de Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo não apenas como o Melhor Filme da edição, mas também como o projeto com mais estatuetas de ouro na temporada.
Ponto positivo para a diversidade da honraria, neste ano o evento tornou Ruth E. Carter como a primeira mulher negra a conquistar dois prêmios no Oscar e Michelle Yeoh agora é pioneira na comunidade asiática como a primeira mulher amarela a vencer a categoria de Melhor Atriz.
Inclusão e representatividade são dois pontos que são discutidos e analisados com uma importante frequência a cada ano. Mesmo que a passos lentos, a premiação tem dado importantes acenos em direção a mudanças, principalmente após a repercussão dos movimentos #MeToo e #OscarsSoWhite.
Resumidamente, enquanto o primeiro reivindicava o respeito às mulheres da indústria, que sofreram extensivamente com casos de violência nos bastidores, o segundo destacou o modo como a honraria não promove espaço para pessoas não-brancas, algo que, consequentemente, se estendeu a outras minorias.
Para acompanhar as mudanças do nosso tempo, a Academia resolveu elencar uma série de atualizações e critérios para que a pluralidade de profissionais, equipes e atores do mundo possa ser impressa na premiação mais importante de Hollywood. A ação, curiosamente, pode resultar não apenas em variedade cultural, étnica e de gênero, como também mudar a forma como os filmes são feitos - já que, para se concorrer nas próximas edições, os estúdios precisarão ter o mínimo de representatividade em seus projetos.
Essas mudanças começarão a ser obrigatórias a partir de 2024 para os os candidatos da categoria de Melhor Filme. Abaixo, confira o que muda.
-Ter membros de minorias, como negros ou latinos, em papéis de protagonistas ou coadjuvantes, ou 30% do elenco composto por grupos pouco representados;,
-Ter um número determinado de membros de grupos pouco representados, como mulheres ou pessoas com deficiência, em cargos de liderança ou 30% da equipe geral formada por membros destes grupos;
-Oferecer cargos pagos de estágio ou de aprendizado para membros de grupos pouco representados nos estúdios, distribuidoras e produtoras, além de vagas de oportunidades de desenvolvimento de habilidades e de treinamento para membros destes grupos em cargos menores na equipe de produção;
-Ter cargos de liderança nos estúdios e/ou produtoras preenchidos por membros de minorias ou grupos pouco representados nas equipes de marketing, distribuição e/ou publicidade.
"Acreditamos que esses padrões de inclusão serão um catalisador para uma mudança essencial e duradoura em nossa indústria", afirmaram o presidente da Academia, David Rubin, e a executiva-chefe, Dawn Hudson, em uma nota oficial da Ampas divulgada há alguns anos.