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Paramount vai investir US$ 6 bilhões em mais conteúdo para streaming

4 ago 2022 - 15h58
(atualizado às 16h04)
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Foto: Divulgação/Paramount Plus / Pipoca Moderna

A Paramount Global, conglomerado que inclui, entre outras coisas, os estúdios Paramount, comemora neste trimestre um grande sucesso nos cinemas e o crescimento da Paramount+, mas deve ter um prejuízo de US$ 1,8 bilhão em 2022. A informação consta da apresentação financeira da empresa feita nesta quinta (4/8) para o mercado.

Até a metade do ano, o conglomerado já perdeu US$ 901 milhões e, ao que tudo indica, os valores das perdas vão se manter contínuos até dezembro, devido principalmente ao elevado investimento em produções para o streaming. Mas embora o prejuízo estimado seja alto, o conglomerado fez uma apresentação otimista de seu desempenho, considerando que é preciso investir para crescer, especialmente nessa fase de introdução do streaming. E vai aumentar conscientemente os gastos/prejuízos em 2023 para fazer frente à concorrência.

O estímulo para isso está no fato de a Paramount estar experimentando um de seus melhores anos de todos os tempos nos cinemas, especialmente com "Top Gun: Maverick", que ultrapassou a marca de US$ 1 bilhão em bilheteria.

"Em nenhum lugar nossa popularidade é mais evidente do que nas bilheterias", disse o CEO Bob Bakish ao mercado. "'Top Gun: Maverick' é o maior filme de 2022 e nosso quinto título número 1 este ano. Na verdade, 'Top Gun: Maverick' acabou de arrecadar US$ 1,3 bilhão nas bilheterias globais e se tornou um dos 10 melhores desempenhos domésticos de todos os tempos."

Além de "Top Gun", o estúdio liderou as bilheterias com "Sonic 2: O Filme", "Pânico 5", "Jackass para Sempre" e "Cidade Perdida".

Bakish também exaltou os lançamentos exclusivos de sua plataforma de streaming, como "Halo" e "Star Trek: Strange New Worlds", que são responsáveis por impulsionar a Paramount+ a atrair mais usuários que qualquer outro serviço no trimestre. "Os espectadores famintos por histórias incríveis estão aparecendo em números cada vez maiores", disse ele. "A diversidade e a qualidade do nosso conteúdo são incomparáveis."

De fato, o conteúdo original tem funcionado para alimentar o serviço Paramount+, que ultrapassou a marca de 43 milhões de usuários. Embora isso não seja suficiente para fazê-lo bater de frente com gigantes como a Netflix, Prime Video ou Disney+, já é uma marca significativa. Ainda mais quando se leva em conta que enquanto a Netflix está perdendo usuários, a Paramount+ ganhou 3,7 milhões de novos assinantes apenas nos últimos três meses.

O executivo listou os feitos da plataforma. "O Paramount+ é o serviço premium nº 1 nos EUA em inscrições e adições líquidas de assinantes, tanto neste trimestre quanto no ano inteiro. E com base em outros dados de terceiros, o Paramount+ também é o serviço de streaming premium mais popular nos EUA entre os switchers [aqueles que trocam de plataformas]. Isso significa que as pessoas que abandonaram um serviço nos últimos 12 meses são mais propensas a adicionar o Paramount+ do que qualquer outro serviço, mais uma evidência de que estamos conquistando participação de mercado."

Mas para manter este público crescente, a única fórmula é gastar mais. A aposta é defendida por Naveen Chopra, CFO da Paramount Global, que reiterou uma meta de investimento de US$ 6 bilhões em produções até 2024, a maior parte exclusiva para o streaming.

"Em relação aos gastos com conteúdo, a coisa mais importante a lembrar é que, quando pensamos em nosso investimento em conteúdo, estamos sempre analisando o crescimento e o retorno que ele desbloqueia. Nosso investimento em conteúdo está funcionando. Não queremos sacrificar uma oportunidade de longo prazo.", explicou ele.

Por enquanto, isso vai aparecer como prejuízo, mas a expectativa é que vire lucro em poucos anos. "Nós apenas temos que deixar isso acontecer um pouco e administrar alguns ventos econômicos contrários", disse Chopra.

Para estancar um pouco as perdas, os planos para médio prazo incluem inserções de anúncios numa versão mais barata do serviço de streaming, algo que as gigantes Netflix e a Disney+ também se preparam para fazer. O CFO assegurou a Wall Street que o mercado de anúncios pode gerar um crescimento estável de publicidade junto com receita de assinantes.

Questionado sobre a possibilidade de um aumento de preço da Paramount+, Chopra indicou que, no futuro, esses aumentos vão acontecer à partir da oferta de novos pacotes - isto é, o padrão atual da Paramount+ deve virar premium quando começarem os anúncios.

Bakish argumentou que o investimento em mais conteúdo fortalece a empresa: "Nosso conteúdo atrai e entretém consistentemente o público em massa. Quando falo na nossa audiência, não estou me referindo apenas a indivíduos, famílias ou todo o país, mas o mundo inteiro. E não apenas em streaming, mas nos cinemas e na TV. Fazemos sucesso porque aproveitamos todas as nossas poderosas plataformas."

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