Pequeno Segredo vai representar o Brasil na disputa por uma indicação no Oscar
Drama estrelado por Júlia Lemmertz ainda não entrou em cartaz no Brasil.
O drama baseado em fatos reais Pequeno Segredo vai representar o cinema brasileiro na concorrida disputa à uma indicação ao Oscar de melhor filme estrangeiro. O anúncio foi realizado na tarde desta segunda-feira, na Cinemateca Brasileira, em São Paulo, pela comissão formada pela Secretaria do Audiovisual (SAV) do Ministério da Cultura (MinC).
Pequeno Segredo, que ainda não estreou no circuito comercial do país, "conta a emocionante história de uma menina e três mulheres que compartilham um segredo que mudará suas vidas", de acordo com a sinopse oficial do longa-metragem. O diretor David Schurmann, membro de uma família conhecida por formar a primeira tripulação brasileira a dar a volta ao mundo velejando, narra as circunstâncias da adoção da menina Kat, filha de Heloisa (Júlia Lemmertz) e Vilfredo Schurmann (Marcello Antony).
O elenco de Pequeno Segredo conta ainda com a presença de Maria Flor, da atriz irlandesa Fionnula Flanagan e do ator neo-zelandês Erroll Shand. Na equipe técnica há nomes relacionados a importantes premiações de cinema intenacionais, como a diretora de arte Brigitte Broch (vencedora do Oscar por Moulin Rouge), o roteirista Marcos Bernstein (premiado no Festival de Berlim por seu trabalho em O Outro Lado da Rua) e o compositor Antonio Pinto (indicado ao Globo de Ouro de melhor canção original por seu trabalho em O Amor nos Tempos do Cólera).
Pequeno Segredo desbancou outros 17 filmes que também disputavam uma vaga para representar o Brasil no Oscar: Aquarius (Kleber Mendonça Filho), Chatô - O Rei do Brasil (Guilherme Fontes), Mais Forte Que o Mundo - A História de José Aldo (Afonso Poyart), Nise - O Coração da Loucura (Roberto Berliner), Campo Grande (Sandra Kogut), Menino 23: Infâncias Perdidas no Brasil (Belisário Franca), Pequeno Segredo (David Schürmann), O Roubo da Taça (Caíto Ortiz), A Despedida (Marcelo Galvão), O Outro Lado do Paraíso (André Ristum), Uma Loucura de Mulher (Marcus Ligocki Júnior), Vidas Partidas (Marcos Schechtman), Tudo Que Aprendemos Juntos (Sérgio Machado), O Começo da Vida (Estela Renner), A Bruta Flor do Querer (Andradina Azevedo, Dida Andrade), Até Que a Casa Caia (Mauro Giuntini) e A Hora e a Vez de Augusto Matraga (Vinícius Coimbra).
De acordo com a reportagem do site UOL, o cineasta Bruno Barreto, presidente da comissão especial do Ministério da Cultura, afirmou que a escolha de O Pequeno Segredo se deu pois os membros da comissão priorizaram "um filme que dialogasse mais com os critérios da Academia".
O processo de escolha do representante do Brasil na corrida pelo Oscar foi marcado por controvérsias. O jornalista Marcos Petrucelli, que integra a comissão da SAV, fez forte oposição nas redes sociais ao diretor Kleber Mendonça Filho, responsável por Aquarius, atacando os posicionamentos políticos do cineasta.
Aquarius, aclamado drama recifense que representou o Brasil na disputa pela Palma de Ouro no prestigiado Festival de Cannes deste ano, era tido como franco favorito. No tapete vermelho de Cannes, Mendonça Filho, a atriz Sonia Braga e os outros representantes da obra levantaram cartazes contra o impeachment da agora ex-presidente Dilma Rousseff.
Ao todo, apenas quatro filmes brasileiros foram indicados ao Oscar de melhor filme estrangeiro: O Pagador de Promessas (1962), de Anselmo Duarte; O Quatrilho (1995), de Fábio Barreto; O Que É Isso, Companheiro? (1997), de Bruno Barreto; e Central do Brasil (1998), de Walter Salles.
No ano de 1960, Orfeu Negro, rodado no Rio de Janeiro, com atores brasileiros e diálogos em português, venceu o Oscar de melhor filme estrangeiro. Entretanto, o filme representou a França, parte majoritária na coprodução do filme com Brasil e Itália.
A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas irá divulgar os indicados para todas as categorias no dia 24 de janeiro do ano que vem. A cerimônia de entrega de prêmios no Oscar 2017 será realizada dia 26 de fevereiro.