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Produtor de animações da Disney: "aprendemos com outros estúdios"

2 abr 2013 - 15h07
(atualizado às 15h07)
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<p>Clark Spencer durante coletiva de imprensa para divulgar Detona Ralph, sua mais recente produção</p>
Clark Spencer durante coletiva de imprensa para divulgar Detona Ralph, sua mais recente produção
Foto: Getty Images

Na década de 1990, longas de animação de qualidade eram sinônimo da marca Walt Disney. Mas o surgimento das produções geradas por computador deu uma sacudida nessa realidade, quebrando o monopólio da gigante do entretenimento no gênero com a ascenção de uma série de estúdios voltados para a área. E, para Clark Spencer, produtor de uma série de longas de sucesso da Disney e Disney/Pixar, nada poderia ser mais positivo.

"A democratização eleva a qualidade das animações. Com apenas uma empresa dominando o mercado, você não precisa se esforçar tanto para fazer um produto, até porque ele será o único, não terá concorrentes, tampouco um objeto de comparação para analisar sua qualidade", explica em entrevista exclusiva ao Terra Spencer, cujo trabalho mais recente é Detona Ralph.

"Quando há outros estúdios, você se esforça mais sempre. E os estúdios Blue Sky e Dreamworks fazem um ótimo trabalho. Então nós também aprendemos muito com os seus filmes, podendo avaliar as técnicas que podemos utilizar em nossas produções, inspirando-se em suas temáticas e, assim, melhorando nosso próprio trabalho. Além disso, ao mesmo tempo em que há grandes filmes, há também grandes histórias sendo contadas atualmente e todos ganhamos com isso."

Detona Ralph é o mais recente trabalho do produtor Clark Spencer
Detona Ralph é o mais recente trabalho do produtor Clark Spencer
Foto: Divulgação

Apesar de ser visto atualmente como um dos principais produtores de animações da empresa, Spencer tem um curioso currículo em sua carreira. Em vez de finanças, administração ou artes, o sorridente profissional de 49 anos optou, como um apaixonado pela compreensão da humanidade, por cursar História no ensino superior, na renomada Universidade de Harvard, considerada uma das melhores do mundo. Desiludido com a falta de perspectivas na área, migrou para Wall Street, o centro das finanças dos EUA, em Nova York. 

"O dinheiro estava lá, mas eu logo percebi que odiava tudo aquilo", afirma. "Meu negócio era mesmo cinema. Então me mudei para Los Angeles justamente para tentar algo nisso e acabei caindo na Walt Disney - para trabalhar com o lado financeiro, que me era tão familiar."

A repentina mudança funcionou. Quando foi contratado pela empresa, em 1990, Spencer assumiu o cargo de planejador de negócios no departamento de finanças. Logo foi promovido a diretor da mesma área e, em 1993, migrou de vez para os estúdios de animação da Walt Disney, onde inicialmente trabalhou como vice-presidente de finanças e operações. Mas faltava algo: a ligação direta com o cinema, aquela que o levou a deixar a costa leste dos EUA para se jogar em algo inteiramente novo em sua vida. 

Imagem de Lilo & Stitch, primeiro trabalho de Spencer como produtor
Imagem de Lilo & Stitch, primeiro trabalho de Spencer como produtor
Foto: Divulgação

Isso finalmente aconteceu em 2002, quando Spencer se garantiu pela primeira vez como produtor de um longa, no bem-sucedido Lilo e Stitch. "Era tudo o que eu queria. Como produtor, sou responsável por todo o planejamento, finanças e agendas das animações. Então tenho que fazer todo o possível para conseguir fazer o produto vingar. Também tenho a obrigação de escalar a equipe de 150 pessoas que trabalhará na produção, além da responsabilidade de ser o parceiro do diretor para que todos os envolvidos entendam exatamente como será o filme", explica.

Por trabalhar em uma empresa como a Walt Disney Company, Spencer ainda precisa coordenar e aprovar tudo o que gira em torno da produção, como videogames, brinquedos e possíveis franquias, funções responsáveis por ocupar grande parte do trabalho. "Eu só não interfiro no conteúdo, que é algo voltado totalmente para o diretor. Mas estou sempre por dentro de tudo. Sento-me na sala com ele diariamente para ter certeza de que as coisas estão encaminhadas, sendo feitas da forma esperada. Preciso garantir que todas as partes envolvidas estejam funcionando direito."

Bolt - Supercão também teve produção assinada por Spencer
Bolt - Supercão também teve produção assinada por Spencer
Foto: Divulgação

Naturalmente, por não se envolver diretamente no conteúdo, Spencer tem uma visão um pouco diferente da de diretores e animadores. Se estes, por exemplo, muitas vezes criticam a indústria por não se arriscar suficientemente em suas temáticas e produções, para ele os estúdios se focam no caminho certo: fazer filmes para todas as idades, impondo certos limites que garantam que uma criança de 5 anos possa assistir a um longa do gênero ao lado de um adulto de 35.

"A ideia é que os dois extremos se divirtam e se emocionem. E as histórias que têm chegado ao público por meio da animação têm tudo isso e são um imenso sucesso, o que apenas embasa o funcionamento dessa fórmula", garante.

E, se há quem discorde de sua opinião, Spencer ao menos usa um exemplo pessoal para explicar por que as animações dos grandes estúdios precisam manter o tom família e sem grandes riscos para suas produções: "animações costumam marcar muito a vida das pessoas. Até hoje me lembro perfeitamente do primeiro longa do gênero que assisti, Mogli - O Menino Lobo (1967). Aquilo me marcou muito. E é exatamente por isso que as animações são tão positivas. Marcam não só as pessoas, como toda a vida delas".

Fonte: Terra
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