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Quem foi Eunice Paiva, interpretada por Fernanda Torres em 'Ainda Estou Aqui'

Atriz foi indicada ao Oscar de Melhor Atriz pelo papel

23 jan 2025 - 20h46
(atualizado às 21h28)
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Eunice Paiva é vivida por Fernanda Torres no filme 'Ainda Estou Aqui'
Eunice Paiva é vivida por Fernanda Torres no filme 'Ainda Estou Aqui'
Foto: Reprodução

A história de Eunice Paiva, advogada e ativista de Direitos Humanos, é retratada no longa-metragem Ainda Estou Aqui, do diretor Walter Salles. O filme foi indicado ao Oscar 2025 nesta quinta-feira, 23, em três categorias. 

No drama, Eunice Paiva é vivida por Fernanda Torres, indicada ao Oscar de Melhor AtrizA atriz se tornou a segunda brasileira a concorrer na categoria -- a primeira foi sua mãe, Fernanda Montenegro, em 1999, por Central do Brasil.

Imagem real de Eunice Paiva e Rubens Paiva
Imagem real de Eunice Paiva e Rubens Paiva
Foto: Reprodução

Maria Lucrécia Eunice Facciolla Paiva nasceu em São Paulo em 7 de novembro de 1929. Aos 18 anos, ela se formou no curso de Letras da Universidade Mackenzie. Aos 23, Eunice casou-se com o engenheiro e político Rubens Beyrodt Paiva. O casal teve cinco filhos: Vera, Maria Eliana, Ana Lúcia, Marcelo Rubens Paiva e Maria Beatriz. 

Imagem real de Eunice Paiva e Rubens Paiva
Imagem real de Eunice Paiva e Rubens Paiva
Foto: Reprodução

A família teve sua história contada no livro Ainda Estou Aqui, lançado em 2015. A obra, que deu origem ao longa-metragem, foi escrita pelo filho do casal, Marcelo Rubens Paiva. 

Ná epoca em que ocorreu o golpe militar, em 1964, Rubens Paiva era deputado federal e teve seus direitos cassados. O casal vivia com os filhos no Rio de Janeiro, em um casa no Leblon, bem próxima ao mar. Segundo Marcelo, a residência da família sempre estava cheia de amigos.

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No entanto, em janeiro de 1971, a vida da família Paiva virou de cabeça para baixo. Agentes da repressão sequestraram Rubens Paiva, que estava em casa, e o levaram para ser torturado e morto. Eunice Paiva também ficou doze dias confinada, enquanto Eliana, sua filha, ficou detida por 24 horas.

Desde então, ela iniciou a busca incansável pelo paradeiro do marido, sempre encontrando histórias contraditórias entre os militares e autoridades da época. Ela acabou se mudando para São Paulo com a família e, em 1973, iniciou o curso de Direito, no qual se formou aos 47 anos.

Eunice Paiva ao lado de Marcelo Rubens Paiva com o atestado de óbito nas mãos
Eunice Paiva ao lado de Marcelo Rubens Paiva com o atestado de óbito nas mãos
Foto: Reprodução

A advogada se tornou um símbolo do ativismo contra o regime militar e a favor dos Direitos Humanos. Em 1996, depois de 25 anos, ela conseguiu o atestado de óbito de Rubens Paiva e, em 2012, descobriu que ele havia dado entrada no DOI-CODI, o que confirmou a morte do marido. O corpo nunca foi encontrado. 

Eunice Paiva morreu no dia 13 de dezembro de 2018, aos 89 anos, em São Paulo. Ela viveu por 15 anos com Alzheimer. 

Fonte: Redação Terra
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