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Rodrigo Santoro lança 'Heleno' nos Estados Unidos

6 dez 2012 - 18h49
(atualizado em 7/12/2012 às 09h08)
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O jogador Heleno de Freitas, uma lenda do futebol brasileiro da década de 1940 que caiu no esquecimento, voltou a brilhar na pele do ator Rodrigo Santoro em um filme que já deixou sua marca na salas brasileiras e estreia nesta sexta-feira (7) nos Estados Unidos.

"Heleno foi um personagem muito importante do futebol brasileiro, mas sua história se perdeu no tempo", disse Santoro
"Heleno foi um personagem muito importante do futebol brasileiro, mas sua história se perdeu no tempo", disse Santoro
Foto: Divulgação

"Heleno foi um personagem muito importante na história do futebol brasileiro, parte de nosso patrimônio, mas sua história se perdeu no tempo, por isso é uma honra poder recuperá-la para minha geração, e inclusive para a do meu pai", declarou Santoro nesta quinta-feira à Agência Efe.

Por isso, o filme "Heleno", dirigido por José Henrique Fonseca, que estreou em março deste ano no Brasil e que chega amanhã aos cinemas de Nova York, Miami e Los Angeles, tenta resgatar a figura deste jogador (1920-1959) que, mais que um simples atleta, era também um "ator", segundo Santoro.

O astro brasileiro acrescentou que o único membro de sua família que lembrava de Heleno era seu avô, já que essa foi a geração que presenciou a fulgurante carreira deste jogador que defendeu o Botafogo e que morreu de sífilis aos 39 anos, para depois cair pouco a pouco no esquecimento.

Santoro descreveu como Fonseca lhe falou da biografia de Heleno, após o que começaram a investigar e entrevistar pessoas anos que o viram jogar. Este trabalho lhes tomou um ano, durante o qual escutaram "um montão de histórias incríveis", relatou o ator.

"Cada pequeno detalhe que descobria sobre este personagem me intrigava mais e mais. Como jogador era muito bom, habilidoso, um gênio, mas pessoalmente era extremamente instável e problemático, tinha quase dupla personalidade", detalhou Santoro.

Sua polêmica personalidade contrastava com a qualidade de seu jogo, louvado inclusive pelo escritor Gabriel García Márquez, que disse, durante a época na qual Heleno jogou em Barranquilla (Colômbia), que a entrada para vê-lo em ação valia cada centavo, mesmo que o time perdesse a partida.

Santoro lembrou ainda o grande "desafio" que enfrentou para dar vida a este personagem, uma preparação "longa e intensa" que incluiu aulas com jogadores profissionais, conversas com médicos para informar-se sobre a sífilis e perder 12 quilos em dois meses.

"Mas sinto que a missão foi cumprida", ressaltou, celebrando o fato de o filme, no qual ele também participou como produtor, ser distribuído agora nos EUA e, possivelmente, em países europeus como Espanha, Reino Unido e Alemanha.

Por fim, Santoro sugeriu como possíveis razões para que Heleno caísse no esquecimento o fato de ter "má reputação" e a profusão de estrelas futebolísticas do Brasil.

"Mas esta história perdida precisava ser contada. Heleno era um grande jogador, atrevido, com uma personalidade muito forte e o que sempre gostou de desafiar o público", concluiu.

EFE   
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