Script = https://s1.trrsf.com/update-1737639310/fe/zaz-ui-t360/_js/transition.min.js
PUBLICIDADE

Secretaria de Cultura do Governo Bolsonaro tentou sabotar indicação brasileira ao Oscar

Renata Almeida Magalhães, Presidente da Academia Brasileira de Cinema relembrou a tentativa de interferência do último governo à indicação de 2020

24 jan 2025 - 12h47
Compartilhar
Exibir comentários
None
None
Foto: Jair Bolsonaro ( Pedro H. Tesch/Getty Images) / Rolling Stone Brasil

Renata Almeida Magalhães, Presidente da Academia Brasileira de Cinema, foi a responsável por tonar público um episódio lamentável da história do cinema brasileiro. Em um artigo escrito por ela e publicado no Jornal O Globo, a presidente da instituição relembrou a tentativa de interferência do Governo Jair Bolsonaro na seleção do filme que representaria o Brasil no Oscar de 2020.

Segundo o texto, a Secretaria de Cultura tentou alterar as condições do convênio entre o governo e a Academia com o objetivo de ter mais controle sobre a comissão que seleciona o representante do cinema brasileiro na premiação.

"Durante muito tempo a indicação do filme estrangeiro ao Oscar era uma coisa meio secundária, uma festa da indústria para a indústria americana. Já foi feita pelo Itamaraty, pela Embrafilme. Com a criação do Ministério da Cultura, em 1985, a tarefa passou a ser unicamente atribuição ministerial," escreveu Renata.

Esse modelo durou até 2017, quando o Ministério da Cultura e a Academia firmaram uma parceria de cooperação técnica, fazendo com que a indicação do filme nacional fosse feita por uma comissão formada majoritariamente por cineastas, mas contando também com participação do governo. No ano de 2020, o Governo Bolsonaro tentou tomar o controle do processo de escolha novamente.

O documentário de Petra Costa, Democracia em Vertigem (2019), que retrata o momento de polarização política no Brasil teria sido o motivo, segundo Renata, pelo qual o governo tentou retomar o poder de escolha, o filme, no entanto, não havia sido selecionado pela comissão para representar o Brasil no prêmio. 

"O Secretário de Cultura da época, convencido que havíamos indicado Democracia em Vertigem na categoria Melhor Filme Internacional, quis mudar as regras do convênio, fazendo com que o governo tivesse a maioria dos votos.

"Tentamos explicar que não era verdade. O Brasil naquele ano indicou o filme de Karim Aïnouz, A Vida Invisível (2019). Democracia em Vertigem, não sem mérito, concorria na categoria de Melhor Filme Documentário pelas regras gerais do Oscar (ter sido exibido em território americano, por exemplo), inscrito pela Netflix, produtora do filme. Eles não entenderam," argumentou Renata no texto.

Para resolver a questão, a Academia Brasileira de Cinema levou a questão à instituição responsável pela organização do Oscar, a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas dos Estados Unidos, que respondeu com um parecer favorável aos cineastas, além de retirar representantes do governo da comissão que, desde 2021, é composta somente por membros da Academia Brasileira.

+++LEIA MAIS: Oscar que poderia ser de Fernanda Montenegro virou peso de porta? Relembre a confusão

+++LEIA MAIS: Concorrendo no Oscar, cinebiografia de Donald Trump foi criticada pelo próprio

+++LEIA MAIS: "Estamos empolgados": Rolling Stone celebra indicação de Ainda Estou Aqui como surpresa do Oscar

Rolling Stone Brasil Rolling Stone Brasil
Compartilhar
Publicidade
Seu Terra












Publicidade