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Crítica Berlim | Spin-off é divertido e preserva a essência do personagem

Mesclando o crime com muito romantismo, Berlim é um spin-off que cumpre o que promete e mostra o lado passional do protagonista.

2 jan 2024 - 17h09
(atualizado às 18h54)
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Depois de brilhar e roubar a cena em La Casa de Papel, uma das séries espanholas mais amadas dos últimos tempos, Berlim, vivido por Pedro Alonso, retorna às telas, desta vez em uma produção homônima para chamar de sua. Com oito episódios, a série chegou à Netflix no apagar das luzes de 2023 entregando uma trama divertida, bem amarrada e muito mais passional do que a original.

Foto: Netflix / Canaltech

Dessa vez, Berlim é o grande protagonista e conta com mais cinco ladrões para colocar em prática um plano ambicioso: roubar 44 milhões de Euros em jóias como um passe de mágica. E é entre estratégias mirabolantes, espionagem, abertura de cofres e fechaduras, que o protagonista se revela muito mais vulnerável do que se podia imaginar, já que, ao se apaixonar pela mulher da vítima, se coloca em perigo sem a menor necessidade.

Isso, no entanto, não atrapalha o enredo — pelo contrário, ajuda no ritmo e preserva a essência do personagem, que mesmo sendo vendido como um dos principais cérebros do roubo à Casa da Moeda Espanhola na obra original, nunca escondeu seu lado romântico, assim como seu irmão, o Professor.

E vale ressaltar ainda que, nesse spin-off, o roubo não passa de uma desculpa para afugentar a dor de cotovelo que o protagonista sente ao lidar com seu terceiro divórcio. Sendo assim, é incoerente reclamar que a série focou no romance e deixou o crime de lado, já que ambos estão ali e são trabalhados concomitantemente.

Além disso, o charme, o cinismo e o sarcasmo do personagem-título garantem a nostalgia e a identificação imediata com o mesmo. E, para ser justo, logo no primeiro episódio, ele declara que só duas coisas movem sua vida: o amor e o dinheiro!

O carisma do protagonista continua presente em Berlim. (Divulgação/Netflix)
O carisma do protagonista continua presente em Berlim. (Divulgação/Netflix)
Foto: Canaltech

É partindo desses dois preceitos que os criadores Aléx Piña e Esther Martínez Lobato também constroem a trama dos coadjuvantes. Enquanto Roi (Julio Peña Fernández), um assaltante especializado em abrir fechaduras, se desconcentra com a proximidade com a bela Cameron (Begoña Vargas), Keila (Michelle Jenner), a inteligente e metódica engenheira, não resiste à tentação de trabalhar lado a lado com o musculoso Bruce (Joel Sánchez). 

É interessante perceber como o roteiro trabalha esses romances aos poucos, fazendo com que o espectador tenha mais vontade de ver o desfecho das duplas. Ao mesmo tempo, a série não esquece que todos os cinco são coadjuvantes e que o foco deve ser sempre em Berlim e nas suas obsessões.

Berlim acerta ao não deixar os coadjuvantes roubarem a cena. (Divulgação/Netflix)
Berlim acerta ao não deixar os coadjuvantes roubarem a cena. (Divulgação/Netflix)
Foto: Canaltech

Para completar a lista de acertos, nos episódios finais, a brilhante Najwa Nimri aparece novamente na pele da detetive Alicia Sierra, ao lado de Itziar Ituño como Raquel Murillo (antes de se tornar Lisboa). As duas além de reforçarem a nostalgia, ainda ajudam o enredo a se conectar com a trama de La Casa de Papel, isso sem falar que ambas esbanjam o carisma e o talento de sempre. 

Mesmo um bom enredo não é isento de falhas

Mesmo com esses acertos, é impossível negar que a série da Netflix deixou alguns furos significativos. Um deles é o fato do protagonista desfilar com sua amante por Paris inteira sem levantar suspeitas. Outro é que a obra não faz menção ao seu adoecimento, à sua bissexualidade e menos ainda à relação com o Professor.

Mesmo com um bom enredo, Berlim não é imune a erros. (Divulgação/Netflix)
Mesmo com um bom enredo, Berlim não é imune a erros. (Divulgação/Netflix)
Foto: Canaltech

Há uma breve referência a ele no terceiro episódio, mas ainda muito superficial e sem reforçar o parentesco, o que é um verdadeiro banho de água fria, já que o objetivo do prequel era justamente adentrar na vida de Berlim e nas suas relações pessoais. Para piorar, o enredo não justifica o codinome do personagem. Afinal, Berlim foi um nome falso para que Andrés Fonollosa escondesse sua identidade no roubo à Casa da Moeda, mas se essa história se passa tantos anos antes, por que ele já tinha esse apelido?

Além disso, o próprio plano para o roubo das jóias tem mais erros do que deveria e deixa um gosto amargo na boca. A parte boa é que há uma certa igualdade entre homens e mulheres, já que Keila não fica só no operacional e prova que mulheres também podem ser o cérebro do crime. A mudança de cenário de Madri para Paris também traz um bom respiro para a trama e a impede de se tornar uma cópia da original.

Sem tentar inventar a rosa, Berlim cumpre o que promete e é um bom spin off. (Divulgação/Netflix)
Sem tentar inventar a rosa, Berlim cumpre o que promete e é um bom spin off. (Divulgação/Netflix)
Foto: Canaltech

Por fim, Berlim entrega o que promete, sem deixar espaço para falsas ilusões. Há romance, crime e tensão na medida. Os oito episódios dão conta do enredo e o spin-off se firma como um presente para quem gostou de La Casa de Papel. Mesmo com erros, tem boas chances de agradar!

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