Crítica Doona! | Dorama da Netflix tem ritmo lento e gostoso de assistir
Com ritmo lento e texto leve, Doona! é o novo dorama da Netflix que chega no dia 20 de outubro para conquistar os assinantes
Quem gosta de um bom dorama, já tem mais uma opção para maratonar na Netflix. Dessa vez, trata-se de Doona!, uma série em nove capítulos que conta uma história divertida, leve e muito gostosa de assistir. Com um triângulo amoroso servindo de base — no melhor estilo Malhação — a trama nos apresenta a Won-jun (Yang Se-jong), um menino bonzinho que se muda para uma república perto da faculdade a fim de evitar a longa distância.
- Doramas | As 10 melhores series de drama coreanas para assistir na Netflix
- 10 melhores séries coreanas românticas na Netflix
Ao chegar no prédio, ele conhece uma jovem excêntrica que o trata de maneira fria. Mesmo assim, Won-jun parece nutrir um certo fascínio por ela, ainda que não saiba se tratar de Lee-Doona (Bae Suzy), uma ex-cantora de k-pop que fez muito sucesso na Coréia do Sul, mas que por algum motivo hoje vive isolada, sem amigos e no andar de baixo de um edifício simples e cafona.
A partir daí, a série constrói, aos poucos, a dinâmica entre os dois. Primeiro parece um jogo de gato e rato, no qual o rapaz tenta se aproximar carinhosamente e Doona o repele por meio das suas tiradas ácidas. Depois, o jogo se inverte e é Won-jun que prefere ficar quieto, enquanto a ex-estrela pop o perturba a todo momento. Sem se apressar, o dorama da Netflix toma tempo para criar cada personagem e a relação entre eles, adicionando outras pessoas à história aos poucos, assim como quem adiciona ingredientes em uma receita de bolo.
Um desses ingredientes, ou melhor, personagens é uma antiga amiga de Won-jun que nutre por ele uma paixão desde muito tempo. O mocinho parece corresponder, deixando o público sem saber com quem ele ficará afinal.
Esse triângulo amoroso é o que faz a série ganhar fôlego e é muito interessante ver como ele é construído, sem beijos, sem carícias e sem sexo — muito diferente do que acontece nas produções ocidentais.
Outro ponto que merece atenção é que Doona! cria personagens cativantes e comuns. Desse modo, não há ninguém totalmente mal e nem bonzinho demais. Todos merecem uma chance. Assim, fica difícil torcer para que essa ou aquela mocinha lace o coração do protagonista, o que torna a obra mais interessante, pois a cada novo capítulo o público pode mudar de opinião.
Primeira metade é rasa, mas segunda promete melhorar
Deixando os pontos positivos um pouco de lado, convém falar que os quatro primeiros episódios ao qual o Canaltech teve acesso antecipadamente são bem rasos e pouco aprofundam a história de vida dos personagens. Sabe-se que Lee-Doona tem um passado conturbado que a fez desistir de cantar. Algumas cenas dão a entender que ela teve um burnout e que sofreu abuso psicológico de seu empresário, mas esse arco não é explorado.
Avançando na trama, Choi I-ra, uma ex-amiga/namorada de Won-jun, que viveu muitos anos no Brasil, também reaparece para perturbá-lo. A série mostra um pouco da infância dos dois, mas ainda não é o suficiente para entendermos essa relação por completo.
Os próximos episódios prometem focar mais nestes pormenores, especialmente na vida de Doona, mas é uma pena que a série tenha deixado tudo para a segunda metade, já que o que faz dela uma boa produção é justamente o ritmo lento e sem pressa de acabar. Se os próximos capítulos tiverem que correr para entregar toda a trama, a produção vai perder seu charme e se tornar só mais uma entre as várias do catálogo do streaming.
A inversão de papéis cai bem à trama
Sem mais delongas, pode-se dizer que Doona! é um ótimo dorama da Netflix e tem potencial para conquistar também aqueles que não são muito fãs de obras coreanas, mas querem assistir a um romance leve e gostoso — pelo menos até agora.
Vale dizer que o grande ponto positivo da série é que ela fez uma inversão de papéis muito bem trabalhada e sem dar muito alarde a isso. Quem lê a sinopse entende que a relação pessoa comum (Won-jun) e estrela do pop (Doona) seguirá pelo caminho já esperado, com ele infernizando a vida dela ou fazendo de tudo para se aproximar, mas ao construir uma artista perdida em si mesma e sem amigos, a série dá a chance de Doona virar a inconveniente.
É muito interessante ver esse outro lado da moeda que parece até mais verídico, para falar a verdade. Ótima escolha dos roteiristas e excelente execução da direção. Por fim, quem quiser dar uma chance à série, poderá maratonar todos os episódios na Netflix a partir do dia 20 de outubro.
Trending no Canaltech:
- Som da Liberdade | Por que um filme cristão virou alvo de polêmica?
- Amazon Quase Novo chega ao Brasil com produtos usados e até 35% de desconto
- ThunderCats | 10 segredos sobre a Espada Justiceira que só fãs sabem
- O que mudou nas regras de importação via AliExpress?
- Lançamentos da Netflix na semana (20/10/2023)
- Criador de Calvin e Haroldo reaparece 28 anos depois com HQ sombria