Florinda Meza, a Dona Florinda, fala sobre reexibição de 'Chaves'
A atriz comentou sobre os desafios do programa. Ela tem um encontro marcado com os fãs brasileiros em abril.
Uma das figuras mais queridas de 'Chaves', Dona Florinda está com data marcada para vir ao Brasil. Florinda Meza, atriz que deu vida à personagem, fará seu primeiro encontro com os fãs em terras brasileiras em abril do próximo ano.
Não é à toa que, 50 anos após a estreia do programa mexicano na televisão, a artista tenha sido a escolhida para participar do Educa Fest, festival de educação e ecologia.
O Brasil recebeu com carinho o seriado, que permaneceu presente principalmente na grade do SBT. "Irei com muito gosto, porque tenho imensa gratidão por esse país", comenta a atriz sobre a vinda em entrevista por vídeo ao Estadão.
Florinda tenta explicar o sucesso do programa criado pelo marido, Roberto Bolaños, que morreu em 2014 aos 85 anos. "O programa de Roberto teve êxito em muitos países e está dublado em tantos idiomas – mesmo em idiomas e culturas tão distantes como a japonesa – porque é muito bem feito", assegura.
Mesmo com o passar dos anos, segundo ela, 'Chaves' se imortalizou como o que havia de mais avançado na época da transição da televisão em preto e branco para a colorida.
A atriz chama o marido de "gênio" e diz que ele tinha o poder de "transformar em atores mesmo os que não eram atores". Carlos Villagrán, o Kiko, por exemplo, nunca havia estudado atuação e era fotógrafo de jornal.
"O programa era extraordinário porque era fora do comum. [...] E Roberto era um grande diretor e um grande diretor transforma", comenta a artista.
'Chaves' enfrenta desafios e deixou de ser exibido na América Latina em 2020.
Seis anos após a morte de Bolaños, o seriado levou um baque ao ser retirado da programação nas TVs da América Latina. O motivo apontado pela imprensa mexicana, à época, foi uma desavença entre os filhos do diretor e o canal Televisa sobre direitos autorais.
À época, Florinda foi crítica à decisão e chamou o caso de "uma agressão às pessoas". Para ela, 'Chaves' poderia ter transmitido a leveza de que o mundo sentiu falta no início da pandemia da covid-19.
"O que eu acho de deixarem de transmitir 'Chaves'? Embora não tenha nada a ver porque inexplicavelmente não fui convocada para as negociações, acho que, justo agora, quando o mundo mais precisa de diversão, fazer isto é uma agressão às pessoas", escreveu no Twitter.
¿Qué opino de que se deje de transmitir el programa Chespirito? Aunque no tengo nada que ver porque inexplicablemente no he sido convocada a las negociaciones, creo que justo ahora, cuando el mundo más necesita diversión, hacer eso es una agresión hacia la gente. pic.twitter.com/DDwaXvJQVI
— Florinda Meza (@FlorindaMezaCH) August 2, 2020
Ao Estadão, a atriz relembra o caso e lamenta ter tido conhecimento da decisão "muito tarde". "Me entristeceu muito, porque, além de tudo, não fui informada. Fiquei sabendo como todos vocês, pelas mídias", comenta.
Ela diz que sofreu críticas de pessoas que alegaram que ela havia permitido que o programa saísse do ar. "Seria como dar um tiro no pé, porque, como colaboradora, interessa que meu trabalho tenha presença", afirma.
Apesar de querer que o público tenha a oportunidade de assistir ao seriado novamente, uma necessidade pesa ainda mais para que Florinda continue lutando pela reexibição: "Morro de vontade de ver o Roberto, ainda que seja por vídeo".
A atriz lembra com carinho do marido e, até hoje, publica lembranças que tem dele nas redes sociais. "Tenho fotos dele aqui na minha casa no México por todos os lados, lhe dou 'bom dia' e 'boa noite'. O legado que ele deixou é a diversão, e é muito importante, porque o riso é o toque divino", diz.
@estadaoSAUDADE ? Uma das figuras mais queridas de Chaves, Dona Florinda diz que Chaves se imortalizou como o que havia de mais avançado na época da transição da televisão em preto e branco para a colorida. Ela ainda chama de "gênio" o marido e criador do seriado Roberto Bolaños e critica a retirada do programa do ar no mundo. 'Fiquei sabendo pela mídia. Morro de vontade de ver o Roberto, ainda que seja por vídeo', comenta ao Estadão. Veja mais no link da postagem
som original - Estadão
*Estagiária sob supervisão de Charlise de Morais