Liniker desabafa após não ser convidada para premiação que venceu
Liniker revelou nesta quinta-feira (24/8) que não foi convidada para a cerimônia do Grande Prêmio de Cinema Brasileiro. A atriz que protagonizou a série "Manhãs de Setembro" lamentou não poder celebrar a vitória da obra junto com a equipe e elenco.
No Instagram, a artista compartilhou fotos da produção em que esteve envolvida e desabafou sobre o esquecimento da Academia Brasileira de Cinema e Artes Audiovisuais, apesar de estrelar a série que "mudou a história do audiovisual brasileiro da última década".
"Ontem, eu não fui convidada para poder celebrar ao lado da equipe e elenco o prêmio que ganhamos, a noite de vitória ao lado de tantos outros artistas e colaboradores do audiovisual brasileiro e mundial. Ontem, fomos esquecidas mais uma vez, na hora de estourar a champanhe quando chegamos no esperado 'rolo 100' de uma produção", ela escreveu.
"Ontem, o cinema brasileiro esqueceu mais uma vez, as outras pessoas que colaboram para a criação de um projeto de nível mundial e que mudou sim, a história do audiovisual brasileiro da última década. Não só pelo meu trabalho, mas pela força e talento único de cada pessoa que se dedicou para que a série nascesse."
Liniker refletiu sobre a dificuldade em fazer arte no Brasil por questões políticas e falta de incentivo para os projetos. A artista ainda se questiona sobre quem será lembrado pelas vitórias na premiação.
"A arte de fazer arte no Brasil, é um grande desafio, tanto pelas construções artísticas para se desenvolver um trabalho, pela política que muitas vezes invisibiliza os meios possíveis para a concretização e incentivo à esses projetos, as relações que são múltiplas dentro 'do meio' e por aí segue o roteiro que a gente já conhece", opinou.
Motivo de revolta!
A série "Manhãs de Setembro" narra a saga de uma mulher trans que descobre ter tido um filho. A obra venceu a premiação nacional como Melhor Série Brasileira de Ficção. "A beleza dessa série não é só pela história e condução dos personagens, mas porque pela primeira vez num Brasil que mata, invisibiliza, apaga a memória de pessoas LGBTQIAPN+, pretas e indígenas, uma profissional, atriz, artista, que estudou para poder exercer esse ofício, e travesti preta, pode contar a história de uma outra travesti, ao lado de outras travestis e pessoas Trans, de outras pessoas pretas e de aliades, que acreditaram em cada vírgula dessa história e transformaram o grande 'Manhãs de Setembro' no sucesso que é", ela seguiu.
"O reconhecimento pelo trabalho, é muito importante, ainda mais como diz uma grande amiga 'a nível de Brasil', por todo o apagamento histórico que temos e vemos ao longa da história e trajetória artística de muitos e muites artistas por anos."