PUBLICIDADE

'One Piece': 5 coisas que o live-action faz melhor do que o anime

A adaptação é fiel, mas algumas mudanças fizeram com que a série superasse a animação.

19 set 2023 - 14h08
(atualizado às 15h16)
Compartilhar
Exibir comentários
Foto: Netflix / Canaltech

Não há dúvidas de que 'One Piece' se tornou um sucesso inquestionável da Netflix. A adaptação live-action quebrou vários recordes de audiência do streaming e já totaliza mais de 285 milhões de horas assistidas em todo o mundo em pouco mais de duas semanas. Em termos práticos, isso significa que não apenas os fãs do anime conferiram a história de Luffy (Iñaki Godoy), mas muita gente que nem sequer sabia que ele era um mangá também embarcou nessa história.

E essa aceitação vinda de tipos tão diferentes de público é ótima, pois mostra como a adaptação funciona de forma independente do material original. Mais do que isso, a versão em carne e osso do pirata que estica consegue até mesmo melhorar muitos aspectos daquilo que a animação japonesa apresenta.

Para os fãs mais conservadores, esse tipo de afirmação é quase um sacrilégio, mas não há como negar que algumas das alterações feitas pela Netflix fizeram muito bem à trama e à narrativa, atualizando conceitos datados e dando um dinamismo muito maior à saga como um todo. Se você é um fã das antigas, pode até torcer o nariz, mas não pode negar o quanto algumas coisas ficaram bem mais interessantes no live-action.

5. O ritmo da história

A divisão da história em oito episódios condensou muito bem os mais de 40 episódios do arco inicial de One Piece (Imagem: Divulgação/Netflix)
A divisão da história em oito episódios condensou muito bem os mais de 40 episódios do arco inicial de One Piece (Imagem: Divulgação/Netflix)
Foto: Canaltech

A gente já tinha pontuado que uma das maiores oportunidades da série de 'One Piece' em relação ao anime era tornar sua história muito mais dinâmica. A animação tem um ritmo bem característico de produção semanal, esticando cenas e prolongando transições para fazer com que uma única história renda por vários episódios. É por isso que Luffy está há mais de 25 anos no ar, já ultrapassando os 1000 episódios.

No live-action, porém, a lógica é o completo oposto. Para fazer a trama caber em apenas oito episódios, muita coisa precisou ser condensada ou mesmo retirada fora do roteiro para fazer com que as coisas andassem de forma mais concisa. E, nesse sentido, o seriado acerta muito bem.

Em linhas gerais, a adaptação resume em oito capítulos o que foi mostrado em cerca de 45. E, contrariando as previsões mais pessimistas, isso não significa que as coisas ficaram apressadas ou algo do tipo. Na verdade, o que a Netflix conseguiu foi cortar toda a gordura que o anime tem e se concentrar apenas no filé mignon dessa história.

4. Uma trama muito mais orgânica

Live-action costurou tramas de forma muito mais orgânica que o anime (Imagem: Divulgação/Netflix)
Live-action costurou tramas de forma muito mais orgânica que o anime (Imagem: Divulgação/Netflix)
Foto: Canaltech

Ainda falando da história e o modo como ela é contada, 'One Piece' consegue costurar vários arcos e acontecimentos que estão espalhados pelo anime e apresentá-los de forma bastante orgânica dentro de uma única temporada.

A própria conexão entre os vilões é bem mais natural no live-action do que no desenho. Na animação, há aquela sensação constante de que estamos encarando o vilão da vez e que ele existe quase que de forma independente do anterior ou daquele que está por vir – com algumas exceções nas sagas mais recentes. Mais uma vez, é a lógica do desenho animado e do próprio mangá aplicado em seu estilo mais puro.

Na série, houve um cuidado de costurar todas essas histórias para criar a sensação de que o mundo todo está conectado. O capitão Morgan se vangloria de ter capturado o pirata Kuro, que é um inimigo de Luffy no meio da temporada. Enquanto isso, o homem-peixe Arlong está torturando Buggy para saber do paradeiro do mapa, descobrindo assim que o Bando do Chapéu de Palha é seu alvo.

São acontecimentos que nem sempre estão relacionados entre si no anime e, quando estão, não é de forma tão orgânica e clara quanto o seriado apresenta. Assim, por mais que tenhamos muitos nomes e coisas acontecendo ao mesmo tempo, o live-action mantém a noção de que se trata de uma mesma grande e rica história.

3. O passado de Luffy

Série está mais preocupada em desenvolver o passado de Luffy e antecipa acontecimentos que levaram mais de 300 episódios do anime para serem revelados (Imagem: Divulgação/Netflix)
Série está mais preocupada em desenvolver o passado de Luffy e antecipa acontecimentos que levaram mais de 300 episódios do anime para serem revelados (Imagem: Divulgação/Netflix)
Foto: Canaltech

O mesmo acontece com o passado de Luffy. No anime, a história do protagonista é contada quase em doses homeopáticas e ele passa a maior parte da trama sendo apenas o bobo alegre que a gente tanto gosta, e a série fez questão de antecipar alguns eventos para desenvolver melhor o passado do herói, dando mais consistência à sua personalidade única.

Um exemplo bem claro disso é o papel de Garp (Vincent Regan), o vice-almirante da Marinha e avô do pirata que estica. Na animação, ele é introduzido apenas no episódio 68, mas a revelação do vínculo familiar acontece apenas no capítulo 314.

Como os roteiristas já sabiam dessa informação de antemão, optaram por antecipar a entrada do militar na história e usá-lo como esse vínculo com o passado de Luffy. Assim, temos uma visão bem mais ampla da infância do herói dividida tanto pelo ideal de liberdade existente em Shanks (Peter Gadiot) quanto nessa figura de autoridade que Garp tentou ser.

É algo que o anime só foi trabalhar muito mais para frente e que acabou sendo melhor executado e resolvido na Netflix.

2. Um Sanji menos problemático

Embora continue galateador, Sanji não parece mais um assediador no live-action de One Piece (Imagem: Divulgação/Netflix)
Embora continue galateador, Sanji não parece mais um assediador no live-action de One Piece (Imagem: Divulgação/Netflix)
Foto: Canaltech

Outro ponto que a gente já tinha antecipado como uma possível oportunidade de melhora no live-action de 'One Piece' era a caracterização dada a Sanji (Taz Skylar), o cozinheiro do bando. Tanto no mangá quanto no anime, o personagem é retratado como um mulherengo irrecorrível e um tanto caricato, daqueles que mal conseguem ver uma mulher sem exagerar na reação.

Esse é um aspecto que sempre foi muito questionado no material original. Embora isso sempre tenha sido tratado como algo cômico – algo ridículo no nível Mestre Kame, de 'Dragon Ball' –, não há como negar que as reações e os próprios comentários do chef às mulheres soavam um tanto desconfortáveis, beirando o assédio.

E a série da Netflix conseguiu amenizar bastante essa característica. Vemos que Sanji ainda é esse galanteador que se apaixona fácil por qualquer mulher bonita que encontra em seu caminho, mas é algo bem mais sutil – a ponto de não ser preciso baixar uma ordem de restrição para ele se manter longe do elenco feminino.

1. Uma mitologia bem mais consolidada

Série costura muito bem elementos da mitologia de One Piece, inclusive com coisas que vão repercutir apenas no futuro (Imagem: Divulgação/Netflix)
Série costura muito bem elementos da mitologia de One Piece, inclusive com coisas que vão repercutir apenas no futuro (Imagem: Divulgação/Netflix)
Foto: Canaltech

O fato de a série já ter os quase 30 anos de mitologia de 'One Piece' mastigados à sua frente facilita bastante a coisa para os roteiristas, mas é muito bom ver como o live-action soube construir esse universo de forma que é muito mais fácil visualizar o quanto ele é rico e variado.

Das menções à Baroque Works às próprias lendas do passado, passando por todos os cartazes de piratas que ainda vão ser importantes no futuro, o seriado traz diversos pequenos acenos para acontecimentos que vão reverberar muito nas próximas temporadas. A organização criminosa é a mais óbvia delas, mas a própria menção ao conto de Roland e a cidade perdida de ouro é algo que vai aparecer somente na terceira ou quarta temporada – ou talvez até mais tarde.

É claro que são easter eggs colocados para animar os fãs, mas também servem como um aperitivo para que os novos fãs procurem conhecer mais desse mundo e de toda a mitologia que os mais de mil capítulos do anime já desenvolveram. E, mesmo para quem não se empolgar de maratonar tudo isso, fica claro o quanto a história vai para além das lutinhas de piratas.

'One Piece' está disponível na Netflix e já teve a sua segunda temporada confirmada. Já para quem quiser conferir o anime, encontra os episódios tanto na própria Netflix quanto na Crunchyroll e HBO Max.

Trending no Canaltech:

Canaltech
Compartilhar
Publicidade
Seu Terra












Publicidade