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Star Wars: como uma galáxia 'muito, muito distante' virou o maior caso de sucesso do cinema

Criada nos anos 70 por George Lucas, Star Wars influenciou o que conhecemos por blockbuster moderno – movendo bilhões de dólares

4 mai 2024 - 05h00
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Resumo
Star Wars é uma franquia bastante bem-sucedida que surgiu como uma ideia criada por George Lucas na década de 70. Seus filmes arrecadaram US$ 10 bilhões e seus produtos licenciados ainda geram mais lucro. A saga solidificou o caráter cíclico da indústria do cinema, e a Disney foi responsável por revitalizá-la e expandi-la nos cinemas, na TV e no streaming.
Mark Hamill, Carrie Fisher e Harrison Ford em 'Uma Nova Esperança' (1977)
Mark Hamill, Carrie Fisher e Harrison Ford em 'Uma Nova Esperança' (1977)
Foto: Sunset Boulevard/Reprodução/IMDb

Criada por George Lucas na década de 1970, Star Wars é hoje consolidada como uma das franquias mais populares e bem-sucedidas da história da cultura pop. Uma única trilogia de filmes desencadeou o que hoje conta com inúmeras séries entre live-action e animação, mais de 10 filmes, livros, produtos licenciados e, é claro, atrações absurdamente incríveis nos parques do Walt Disney World. Mas como uma ideia se transforma em uma marca tão valiosa?

De 1977, quando foi lançado 'Star Wars: Episódio IV - Uma Nova Esperança', à época intitulado simplesmente 'Guerra nas Estrelas', até hoje, os 12 filmes relacionados à saga arrecadaram nos cinemas aproximadamente US$ 10 bilhões, segundo números do Box Office Mojo. Mas o caráter bilionário da franquia não se restringe apenas aos números de bilheteria; produtos licenciados, de camisetas e canecas a produtos mais caros como eletrodomésticos e réplicas de objetos presentes nos filmes, representam uma parcela ainda maior dos lucros. Por onde passa, a marca Star Wars é reconhecida e seu sucesso, tanto no setor cultural quanto no econômico, uma força a ser admirada.

Há muito tempo, numa galáxia muito, muito distante...

Um universo tão grande quanto o de Star Wars não tem seu sucesso atribuído a um único fator, e é por isso que justificar sua trajetória bem-sucedida não é uma tarefa necessariamente simples. Para começo de conversa, há de se destacar que o argumento da ópera espacial foi inspirado em filosofias orientais, na obra de Joseph Campbell e nos filmes de Akira Kurosawa e Sergio Leone. 

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Embora inicialmente reticente, a Fox Film embarcou no projeto e viu um sucesso imediato. Em menos de seis meses, o primeiro filme superou recordes do todo-poderoso 'Tubarão' (1975), cativando o público com o apelo de uma história de fantasia e ficção científica com um argumento universal e relativamente simples; apesar de Sith, Jedi e planetas com criaturas bizarras em uma galáxia muito, muito distante, Star Wars tem uma história que reproduz a clássica jornada do herói sem causar estranhamento na audiência. 

O efeito Star Wars nos estúdios e nos próximos lançamentos foi imediato. 'Uma Nova Esperança' abriu portas para filmes de ficção científica mais ambiciosos, complexos e com uma relação simbiótica entre o bem e o mal e, por isso, a saga é considerada por muitos a "inventora do blockbuster moderno"; ao romper com uma espécie de cinismo que dominava os sucessos da década de 1970 (pense, por exemplo, em 'Taxi Driver' e 'Sob o Domínio do Medo') e apresentar um mocinho bem-intencionado e obstinado, Star Wars representou uma espécie de 'novo fôlego' para o cinema comercial. 

Referências estéticas e históricas ajudam a solidificar espaço

The Mandalorian, sucesso do Disney+ com Pedro Pascal (e Grogu!)
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Foto: Lucasfilm/Divulgação

Com os lançamentos de 'O Império Contra-Ataca' (1980) e 'O Retorno de Jedi' (1983), a trilogia ajudou a sedimentar o caráter cíclico da indústria do cinema, como define o diretor e escritor Mark Cousins. 

Se hoje é comum vermos uma série de filmes parecidos após o grande sucesso de um título específico (lembra da onda de distopias infanto-juvenis após o fenômeno 'Jogos Vorazes'?), parte da culpa disso é da saga estelar, que acabou emprestando um pouco do seu sucesso a outras obras que também causaram empolgação nos espectadores e segue como uma referência até hoje. Não à toa, a regra máxima para a esmagadora maioria do cinema ocidental obedece à escala do "quanto maior, melhor". 

Foi nesta lógica que Star Wars manteve-se hegemônico até mesmo durante o lançamento da controversa segunda trilogia, que comporta os episódios I, II e III, e despertou o interesse de uma Disney bastante empenhada em expandir seu império. Em 2012, a Casa do Mickey Mouse finalizou a aquisição da Lucasfilm, e se dedicou a revitalizar e expandir a franquia nos cinemas e na TV. 

A esta altura, é claro, este era um trabalho que já vinha parcialmente pronto. Durante décadas, a história ganhou sequências não-canônicas em livros e quadrinhos, e os próprios fãs davam conta de garantir que novas gerações de Padawans surgissem. 

Hoje, o que a Disney enfrenta não apenas com Star Wars, mas também com outras marcas nas quais colocou as mãos, da Marvel às animações da Pixar, é uma exaustão que surgiu como consequência do excesso de estímulos. Além dos 12 filmes (9 das trilogias e 3 derivados), o Disney+ conta hoje com mais 9 séries que se passam na cronologia de Star Wars, isso sem contar documentários e especiais da LEGO. Não bastasse, há uma infinidade de projetos a caminho, como o filme de 'The Mandalorian & Grogu', o projeto que trará Rey (Daisy Ridley) de volta e filmes dirigidos por Shawn Levy, Dave Filoni, Taika Waititi  e Rian Johnson.

Para a marca, o excesso é economicamente viável; afinal, cada novo filme significa novos brinquedos e produtos que podem ser colocados à venda. Mas se o foco for a sobrevivência do sucesso cinematográfico da franquia, a conversa é outra e só o tempo dirá a resposta.

Fonte: Redação Entre Telas
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