Darth Vader tem transtorno borderline, dizem especialistas
Figuras de 'Star Wars' foram parar no divã e psiquiatras diagnosticaram distúrbios mentais na maioria dos personagens
Fãs estão surtando com a estreia de Star Wars – O Despertar da Força e mais do que preparados para “reencontrar” personagens tão queridos como C-3PO. Mas até mesmo os mais ferrenhos amantes da saga se surpreenderão ao conhecer um outro lado dessas figuras: um grupo de psiquiatras afirma que quase todos exibem sintomas de alguma condição psicopatológica. As informações são do Daily Mail.
Susan Hatters-Friedman, psiquiatra da Universidade de Auckland, e Ryan Hall, da Universidade Central da Flórida, publicaram os resultados de seus estudos no jornal Academic Psychiatry. Eles analisaram os personagens e descobriram que os filmes podem ser bons exemplos a serem estudados em sala de aula.
Darth Vader, por exemplo, com pensamentos baseados no “tudo ou nada” e sua forma de projetar ou atribuir os próprios sentimentos negativos para os outros, demonstra que ele pode ter transtorno de personalidade borderline, indicaram os psiquiatras. Seu passado como uma criança escrava também pode tê-lo deixado com estresse pós-traumático, já que sofre com episódios constantes de dissociação durante os filmes.
Pode parecer estranho usar personagens para falar sobre distúrbios mentais, porém, os médicos afirmam que o intuito não é banalizar o assunto, mas aumentar o interesse dos alunos e fazer com que eles entendam e retenham mais informações sobre a quantidade de doenças que existem. “Há muito tempo se usa personagens da literatura para ajudar estudantes a entenderem os conceitos de doenças mentais”, afirmou Hatters-Friedman.
Outro exemplo dado é C-3PO, que demonstra ter transtorno de personalidade obsessiva-compulsiva, pois “irrita outros personagens com sua rigidez” e “está tão preocupado com as regras e os protocolos que a disfunção aparece com frequência”, enquanto Chewbacca, que “age precipitadamente e usa a violência para resolver os problemas” pode sofrer de transtorno do controle dos impulsos, explicam os profissionais.
A falta de empatia e remorso de Jabba, o Hutt, combinada com sua “crueldade e desprezo pela vida”, o define como um psicopata.
Yoda, em contrapartida, é usado para ilustrar como diagnosticar uma doença: a pessoa está realmente doente ou apenas simulando uma situação para conseguir algum benefício? “Seu padrão de fala é um fingimento ou um problema neurológico?” indaga Hatters-Friedman.
Já Padmé Amidala dá uma abertura para se discutir os distúrbios psiquiátricos perinatais. Com o decorrer da gravidez dos gêmeos, frutos de seu relacionamento com Anakin, ela “perde a vontade de viver”. “Esses sintomas ocorrem antes do parto e a levam para um desfecho dramático”, contam os especialistas.
Consequentemente, os comportamentos da princesa Leia podem ser lidos como “transtorno de personalidade histriônica”, caracterizado pela excessiva busca por atenção, que assim como o transtorno borderline, é originado por problemas de abandono.
Porém, no caso de Han Solo, apesar de seus problemas iniciais, como a incapacidade de pagar as dívidas ou ter causado confusão com um senhor do crime, ele não pode ser diagnosticado com transtorno de personalidade anti-social, como diriam muitos alunos. Os especialistas explicam que o crescimento do personagem mostra que ele “desafia essa caracterização”. “Ele é apenas um cara do lado errado da galáxia tentando sobreviver em circunstâncias difíceis ", escrevem.
“Um ponto forte deste personagem é que ele mostra que não se pode interpretar isoladamente alguns acontecimentos na história de uma pessoa”, aponta Hatters-Friedman. Ela explica que alguns fatos não podem cegar o avaliador a ponto dele não enxergar mais o potencial de crescimento que o paciente pode ter com o decorrer do tempo.