Script = https://s1.trrsf.com/update-1734630909/fe/zaz-ui-t360/_js/transition.min.js
PUBLICIDADE

"Tenho me preocupado com a minha segurança", diz Paulo Betti sobre manifestações políticas

O ator é protagonista de 'O Debate', filme que mistura realidade e ficção ao abordar o desfecho da campanha eleitoral no pós-pandemia

24 ago 2022 - 05h00
Compartilhar
Exibir comentários
Na história, os dois jornalistas estão às voltas de publicar uma pesquisa que pode dar vantagem ao candidato da oposição, mesmo que ela não tenha sido registrada como manda a lei
Na história, os dois jornalistas estão às voltas de publicar uma pesquisa que pode dar vantagem ao candidato da oposição, mesmo que ela não tenha sido registrada como manda a lei
Foto: Divulgação/ Ricardo Brajterman

O ator Paulo Betti, de 69 anos, dá vida ao meticuloso jornalista Marcos no filme 'O Debate', que estreia nesta quinta, 25, nos cinemas. Se, por um lado, o personagem é pragmático em sua profissão e sempre pensa duas vezes antes de publicar alguma informação, o ator que o encarna não se furta de assumir um lado, defender o que acredita e propor um debate.

Betti se tornou uma figurinha conhecida nos protestos contra o atual governo. Em junho de 2021, usou o Twitter para convidar quem pensava como ele a ir às ruas com a bandeira do Brasil. "Vamos recuperar esse símbolo", escreveu, na ocasião. 

Em entrevista exclusiva concedida ao Terra, o ator lamentou que debater política tenha ganhado um tom mais violento nos últimos anos. O auto-exílio do ex-deputado federal Jean Wyllys é, para ele, um exemplo dessa radicalização.

Diferente do seu personagem, o ator Paulo Betti não se priva de levantar bandeiras
Diferente do seu personagem, o ator Paulo Betti não se priva de levantar bandeiras
Foto: Divulgação/ Ricardo Brajterman

"Eu vou para as manifestações, eu gosto de ir, mas hoje eu fico mais atento", conta. "Ultimamente, tenho me preocupado com a minha segurança pessoal. Não porque tenha recebido muitas agressões (...) Mas hoje já penso se aquela pessoa que apoia o atual presidente... Se ela não pode tentar me agredir também", declara.

Para Debora Bloch, que interpreta Paula, também jornalista, no filme dirigido por Caio Blat, o ambiente político atual tem normalizado a violência. Ela chega a classificar a realidade como próxima ao terror.

"Pra mim isso é terrorismo, você entrar e matar uma pessoa numa festa de aniversário e isso ser normatizado", diz a atriz, indignada.

Sobre 'O Debate'

Violência e o uso de armas são apenas dois dos diversos assuntos que 'O Debate' traz para discussão através dos personagens principais, Marcos e Paula. Na história, os dois jornalistas estão às voltas de publicar uma pesquisa que pode dar vantagem ao candidato da oposição, mesmo que ela não tenha sido registrada como manda a lei.

Esse embate dos casal é a porta de entrada para discutir mais que política, uma já que os dois estão se separando. O filme aborda amor, liberdade, democracia, monogamia, sexo, ética e ideologia. Como uma campanha para a presidencia da vida real, a discussão vai além da política.

Apesar dos assuntos, o estreante na direção Caio Blat garante que o filme não é político.

"A gente teve que voltar vários passos e defender princípios básicos. Então, o nosso filme basicamente defende as urnas, a democracia, a ciência e a vacina", declara. 

Esse é o filme que marca a estreia de Caio Blat na direção
Esse é o filme que marca a estreia de Caio Blat na direção
Foto: Divulgação/ Ricardo Brajterman

Para o diretor, o cenário político fez com que o próprio debate retrocedesse. "A gente parou de falar o que realmente importa no país: a crise que tá aí, as pessoas passando fome de novo, um número absurdo de desemprego", enumera.

Para Jorge Furtado, que criou o livro e assinou o roteiro do filme junto com Guel Arraes, o bom debate precisa continuar acontecendo, mas algumas coisas não são passíveis de discussão. "A vacina é aquela coisa que não tem discussão. Não tem, não dá pra discutir vacina no século 21. A vacina é uma coisa do século 18", opina.

A atriz Debora Bloch reforça. "Quantas vidas poderiam ter sido salvas? E se não houvesse esse negacionismo não só da epidemia, mas também da eficácia da vacina? Quer dizer, a gente está voltando à pré-história, praticamente", avalia. 

Confira o trailer: 

*Com edição de Estela Marques.

Fonte: Redação Terra
Compartilhar
Publicidade
Seu Terra












Publicidade