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The Walking Dead S09E06: Um brinde às novas gerações

Primeiro episódio sem Andrew Lincoln é quase um novo piloto da série.

12 nov 2018 - 10h43
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Atenção! Contém SPOILERS do episódio 6 da 9ª temporada de The Walking Dead, "Who Are You Now?"

Foto: AdoroCinema / AdoroCinema

Seis anos se passaram desde que a "morte" de Rick Grimes (Andrew Lincoln), e agora Alexandria é um lugar diferente. Com uma nova estrutura organizacional e muitas crianças correndo ou matando zumbis por aí.

Sem perder tempo, "Who Are You Now?" vai direto ao que mais interessa: a (re)apresentação de Judith Grimes (Cailey Fleming), usando o marcante chapéu do pai e empunhando armas como se fossem bichinhos de pelúcia. Agora um pouco mais velha, a garota toma decisões como um adulto e se mostra disposta a carregar o legado do pai. Aqui, a imaturidade fala alto, com diálogos forçados que intuem claramente explicar ao público a situação em que a trama se encontra, quem são as novas lideranças e como as três comunidades mantiveram-se apartadas.

Igualmente explicativas são as cenas no Reino, entre Carol (Melissa McBride), Ezekiel (Khary Payton) e Henry (Matt Lintz), que se dispõem a reforçar para o público que o tempo passou desde o episódio anterior, e que agora a realidade é outra. Nesta comunidade, o grande problema parece ser a lenta mas gradual deterioração dos recursos físicos — tubulações que se quebram quando não há material para consertá-los.

Em um segundo momento entre Carol e Henry, os dois encontram-se na estrada com um grupo inimigo que intenciona roubar os mantimentos, e explica: "As coisas ficaram difíceis depois do fim dos Salvadores." Mais uma vez, a cena parece dedicada exclusivamente a explicar ao público em variadas frentes como está a vida comparada a seis anos antes — uma explicação que funciona apenas para o público e soa bastante improvável nas bocas dos personagens.

Nesta lógica, o que realmente funciona é a introdução dos novos personagens: Luke (Dan Fogler), Magna (Nadia Hilker), Yumiko (Eleanor Matsuura), Connie (Lauren Ridloff) e Nora (Tamara Austin), utilizados aqui como um caminho lógico para o episódio passar pelas etapas de apresentar a estrutura organizacional de Alexandria. É por isso que vimos, por exemplo, que formou-se um conselho para tomar as decisões do local em coletividade — não existe mais apenas um líder, há uma nascente democracia em curso. O caminho é coerente, já que há a ideia de que a comunidade foi capaz de se equilibrar em um período de paz nos últimos anos, sem grandes conflitos.

Mas o que ganha mais destaque no episódio é o sentimento de transição geracional. Além de Judith chamando Michonne de mãe, há Gracie (Anabelle Holloway) chamando Aaron (Ross Marquand) de pai, Henry tratando Carol e Ezekiel como seus pais. Quando o Padre Gabriel (Seth Gilliam) pergunta aos novatos quem eles eram antes dos zumbis, Nora responde que ela era apenas uma estudante do ensino médio preocupada com coisas bobas, achando que elas seriam o fim do mundo. Isso sem falar no pequeno rebento de Michonne e Rick, RJ (Antony Azor), uma surpresa para todos. Há todas essas crianças que nasceram e cresceram depois da eclosão do vírus, que só conhecem este mundo como a sua realidade, e o melhor caminho que a série pode traçar daqui em diante é analisar a situação através dos olhos delas — é o maior ineditismo possível na situação atual.

Apesar dos problemas estruturais do episódio, ele funciona praticamente como um novo piloto, colocando os personagens em novos lugares (e em novos relacionamentos aleatórios — que o diga Gabriel e Rosita) e fazendo uma brevíssima introdução dos Sussurradores nos minutos finais. É possível enxergar todos os esforços que a produção faz, encabeçada agora por Angela Kang, para afastar a série dos maiores problemas das temporadas anteriores — a repetitividade, o choque pelo choque, o foco exaustivo em personagens desinteressantes. Há muitos elementos novos para prender a atenção do público, mas nenhum deles mostrou ainda por que merece tal dedicação. Seguimos esperando.

AdoroCinema
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