Uma ideia disruptiva para John Wick 5 que nunca se realizará, mas deveria
Quarto capítulo da franquia estrelada por Keanu Reeves, Baba Yaga deixa pistas para um futuro inusitado.
Atenção: o texto abaixo contém spoilers
John Wick 4: Baba Yaga já está em cartaz em cinemas de todo o planeta. Sob direção de Chad Stahelski, cineasta responsável pelos demais filmes da franquia, o longa acompanha o personagem-título em sua missão mais perigosa até o momento: sobreviver a ataques de metade do submundo em uma saga internacional.
Com trechos distribuídos em Nova York, Berlim, Paris e Osaka, o longa apresenta novamente o trabalho de Dan Laustsen, diretor de fotografia de Parabellum e Um Novo Dia para Matar, na estética do longa. Ao lado de Alexandre Bartholo, Stephen Oh e Shaun O'Dell, o trabalho visual do projeto dá brilho às coreografias de luta, enquanto sobressalta cada ambientação característica de seus respectivos espaços.
A trama se apoia em grande escala não apenas nas sedutoras localizações, mas também na ideia de que o maior assassino do cinema contemporâneo está em sua última empreitada. Pelo menos é o que o final do longa sugere, mesmo que seja reticente em confirmar o destino do protagonista.
Enquanto a Lionsgate não oficializa o próximo capítulo do longa estrelado por Keanu Reeves, a franquia ganhará novos ares em breve. Primeiramente, há um spin-off estrelado por Ana de Armas a caminho. Intitulado Ballerina, o projeto acompanha uma jovem assassina que busca vingança contra aqueles que mataram sua família. Outro derivado de John Wick será lançado em formato de série. The Continental chega ao Brasil ainda neste ano, através do Prime Video.
O futuro da franquia principal de John Wick
Ao fim de Baba Yaga, John Wick consegue vencer Marquis Vincent de Gramont (Bill Skarsgård) com uma tacada de mestre. No entanto, esse embate tem um preço: o herói foi triplamente baleado e durante o nascer do sol ouve a voz de sua amada pouco antes da tela apresentar a intimista despedida do personagem, que supostamente está morto e enterrado.
Apesar deixar uma mensagem ambígua da morte de John Wick (ninguém viu o corpo, hein!), o diretor já adiantou que, de fato, o personagem está morto. O final alternativo que deixava o desfecho mais dúbio do que o corte visto nos cinemas foi descartado.
Mesmo assim, o personagem de Keanu Reeves pode retornar. "Nós não estamos prontos para dar adeus a Keanu Reeves nesta franquia. Temos alternativas. Há muitas coisas diferentes que podemos fazer… eu vi esse filme cinco vezes na última semana. Posso ver a maneira como o público se comove", disse Joe Drake, chefe do estúdio, em entrevista ao Deadline.
Ao lado de João Paes, jornalista do IGN Brasil, tivemos uma ideia interessante para o próximo capítulo da saga de ação - sem deixar o personagem-título descansar em paz (por mais algumas horas de ação ininterruptas).
John Wick 5: Te vejo no Inferno
Após encerrar a sua vida conturbada nas escadas da Cidade da Luz, John Wick 5 daria seu start. O protagonista voltaria à consciência e se questionaria sobre estar vivo ou não. É quando um arcanjo surge e o informa de que há uma guerra milenar sendo travada no inferno, entre anjos e demônios.
Após mostrar uma coleção de armas celestiais ao personagem, afinal, para enfrentar criaturas nefastas será preciso ter um bom acervo de equipamentos especiais (e isso traria o típico dom gamificado da franquia à tona), o herói parte para auxiliar o arcanjo em busca de uma recompensa almejada desde De Volta ao Jogo: rever a sua esposa. Para isso, ele deve atravessar os nove círculos do inferno.
No primeiro círculo, o Limbo, ele encontra diversos rostos familiares da franquia. Inclusive, é um momento especial em que personagens das produções derivadas podem dar as caras pela primeira vez. Talvez pessoas relacionadas à personagem de Ana de Armas.
Agora, unindo o thriller de ação ao sobrenatural, o longa pode aproveitar para apresentar alguns inimigos que pertencem a esse tipo de narrativa. Monstros sanguinolentos, criaturas selvagens e, claro, antigos inimigos agora totalmente tomados pelo ódio do inferno. Ainda nesse ponto, os easter-eggs de Constantine podem pipocar na tela, com algumas referências à sequência já anunciada (caso a Warner Bros. Discovery libere).
No último círculo, John Wick deve enfrentar uma versão do próprio Baba Yaga, ser sobrenatural do folclore eslavo que deu origem ao codinome do assassino. Com a alma de sua mulher aprisionada, o herói tem todos os motivos para vencer uma das batalhas mais insanas da franquia, quiçá do cinema de ação. Há muito potencial aqui.
Após derrotar o antagonista, o personagem de Keanu Reeves terá mais uma surpresa: seu cachorrinho, o ponto de partida de toda a franquia, deve se unir a ele e sua esposa. Assim, a família poderá descansar em paz finalmente - até os roteiristas encontrarem outra forma de trazer John Wick de volta à terra dos vivos.
Mesmo que ache essa ideia um bocado descabida, vale trazer de volta a fala do chefão da Lionsgate de que "há muitas coisas diferentes" que estão rondando a mente dos realizadores responsáveis pela franquia.
Por último, mas não menos importante, outro fator colabora para que essa premissa já tenha sido introduzida no próprio filme. Rina Sawayama, intérprete de Akira em Baba Yaga, fez uma música original para o projeto.
Na faixa "Eye For An Eye", lançada oficialmente na semana passada, dia 22, a cantora coloca um gancho para essa ideia. A artista canta "An eye for an eye. A life for a life. I'll see you in Hell on the other side" ("Olho por Olho. Vida por Vida. Te vejo no outro lado do inferno", em tradução livre).
O tema está aqui, agora basta que o diretor e roteiristas abracem o conceito e façam a sequência mais insana de John Wick até o momento. Afinal, está cedo demais para deixarmos de ver Keanu Reeves descendo a porrada nas maneiras mais variadas possíveis - até no inferno.