'A Franquia' expõe sem pudores o ridículo dos filmes de super-heróis
Sam Mendes é um cineasta de conceitos bem definidos. Ele gosta de movimento constante na tela e de desenvolver a profundidade dos personagens, seja em roteiros originais, como em “Beleza Americana”, ou com marcas clássicas – caso de James Bond, que teve sua direção em “Operação Skyfall” e “007 contra Spectre”.
É sintomático, portanto, que Mendes seja um dos idealizadores de “A Franquia”, nova série da Max que faz graça de forma bastante ácida enquanto desnuda o funcionamento interno da indústria do entretenimento.
Ao seu lado nessa iniciativa está Jon Brown (da ótima “Succession”) e os dois fazem questão de mostrar o quão esquizofrênica pode ser a experiência de trabalhar numa produção que é parte de um gigantesco universo compartilhado.
Himesh Patel (de “Yesterday”) faz o protagonista Daniel, um assistente de direção cuja principal função é impedir que atores e figurantes se matem, enquanto lida com o ego de Eric, um diretor que quer fazer “arte” mesmo sabendo que o principal objetivo do seu filme é vender brinquedos. Quem está nesse papel é Daniel Brühl, ele próprio com experiência no assunto, afinal foi o Barão Zemo, lá na Marvel Studios - que, aliás, é o alvo principal de todas as piadas.
“A Franquia” está disponível na Max, em episódios semanais.