Érika Mader sobrinha da Malu Mader, é acusada de corrupção
Investigação detalha esquema de corrupção envolvendo contas no exterior e contratos fictícios
O Superior Tribunal de Justiça (STJ) recebeu, nesta quarta-feira (4/12), denúncia de lavagem de dinheiro contra a ex-atriz da Globo Érika Mader, sua irmã Fernanda Mader, a mãe de ambas, Patrícia Mader, e Marco Antônio Barbosa de Alencar, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ).
Marco Antônio é pai de Érika e Fernanda e esposo de Patrícia. O caso ganhou notoriedade por sua conexão com Malu Mader, irmã de Patrícia e uma renomada atriz brasileira, embora o parentesco não tenha sido mencionado durante o julgamento.
A denúncia, apresentada pelo subprocurador-geral Hindemburgo Chateaubriand, abrange três episódios distintos de lavagem de dinheiro, ocorridos entre 1999 e 2016. O esquema foi revelado com a colaboração do empresário Raul Fernando Davies, uma das figuras centrais da investigação.
No primeiro episódio, Marco Antônio e Patrícia teriam mantido duas contas bancárias não declaradas nos Estados Unidos, alimentadas por recursos suspeitos oriundos de corrupção. Uma dessas contas chegou a receber US$ 5 milhões.
Posteriormente, foi criada uma conta offshore em Belize, no Caribe, que, segundo extratos obtidos pelo Ministério Público Federal, tinha um saldo de US$ 2,296 milhões em março de 2022.
Nos segundo e terceiro episódios, o esquema avançou com a utilização de empresas registradas em nome das filhas, Érika e Fernanda, para firmar contratos fictícios de prestação de serviços. O objetivo era legalizar o montante acumulado por meio das práticas ilícitas.
Em um dos episódios, Marco Antônio teria recebido R$ 500 mil em espécie na residência do empresário Alberto Bulus, outro envolvido no esquema.
A relatora do caso, ministra Maria Isabel Gallotti, destacou a relevância da participação de Marco Antônio no esquema e determinou o recebimento da denúncia contra todos os acusados, incluindo a citação dos réus. A decisão foi unânime entre os integrantes da Corte Especial do STJ.
"A conexão entre Marco Antônio e os demais envolvidos é indissociável, sendo fundamental o prosseguimento da ação para apuração dos fatos", afirmou a ministra.
O revisor do processo, ministro Antonio Carlos Ferreira, acompanhou integralmente o voto da relatora, assim como os demais membros da corte.
Durante a sessão, os advogados de Marco Antônio e Patrícia argumentaram que as acusações eram "absolutamente improcedentes". Já a defesa de Érika e Fernanda solicitou a rejeição da denúncia. O advogado de Raul Fernando Davies, colaborador que revelou informações cruciais para a investigação, esteve presente, mas optou por não se manifestar.
Érika Mader: Outros processos relacionados
Marco Antônio já foi alvo de uma ação penal anterior, na qual foi acusado de crimes como organização criminosa, corrupção passiva e violações ao sistema financeiro nacional. Esses casos foram desvendados durante a operação Quinto do Ouro, que investigou irregularidades no TCE-RJ.
A investigação atual reforça as acusações sobre os métodos sofisticados empregados pelos réus para ocultar a origem ilícita dos recursos e aponta para um esquema que teria durado quase duas décadas.
O caso segue em tramitação no STJ, com grande atenção da opinião pública, dado o envolvimento de figuras públicas e a gravidade das acusações.
Djenifer Henz - Supervisionada por Marcelo de Assis