Estudo descobre conexão entre seu gosto por filmes e seu cérebro
Atividade cerebral e propensão a estímulos emocionais influenciam escolhas e predileções por determinados gêneros cinematográficos
Cada pessoa tem sua preferência por determinados gêneros de filmes. Tem quem prefira comédias, ou obras de ação, ou mesmo dramas e suspenses. Tais escolhas também costumam refletir quem somos — e segundo um estudo, existe uma conexão entre nossas produções favoritas e a atividade cerebral.
A pesquisa em questão foi conduzida pela Universidade de Martinho Lutero de Halle-Wittenberg, na Alemanha, e publicada na revista Frontiers in Behavioral Neoscience (via Super), no último mês de junho. No total, 257 pessoas contribuíram com os cientistas envolvidos.
Enquanto eram submetidos a ressonância magnética, os voluntários precisavam ver rostos de pessoas com raiva ou medo, bem como formas geométricas para se contrapor aos estímulos emocionais.
Os cientistas focaram em duas áreas específicas do nosso cérebro. A primeira é a amígdala — sem relação com a presente em nossa garganta —, responsável pelo processamento de emoções vitais e pode ser uma das responsáveis por desencadear o estresse em nosso corpo.
Já o segundo local analisado é o chamado núcleo accumbens. É aqui que são processadas as recompensas.
O que dizem os resultados da pesquisa
Com os resultados das ressonâncias em mãos, os cientistas perguntaram aos participantes quais eram seus gêneros de filmes favoritos. Eles descobriram que as pessoas com reações mais fortes nestas duas áreas do cérebro — ou seja, com maior reação a estímulos emocionais — estão propensas a escolher filmes de ação e aventura. Fãs de comédia também possuem uma atividade cerebral alta nestes locais — apesar de não alcançarem o mesmo nível.
O oposto ocorreu entre aqueles que optam por suspenses, dramas e documentários. A atividade na amígdala e núcleo accumbens foi bem menos intensa em comparação com os fãs dos gêneros citados acima.
Com estes resultados, os cientistas concluíram que nossas preferências cinematográficas estão alinhadas de acordo com nossos estímulos cerebrais. Isso explica, por exemplo, por que algumas pessoas desprezam títulos de ação. Afinal, seus cérebros não são estimulados da mesma maneira em comparação com os fãs desse estilo.
A pesquisa pontua:
Embora seja necessário mais conhecimento sobre a direção do efeito, as descobertas são um primeiro passo essencial para entender os ingredientes chave para produzir o tipo e o grau ideais de estímulo e uma experiência agradável para aqueles que são a favor de um gênero de filme específico."
Por fim, os estudiosos ainda sugeriram o principal caminho a ser seguido em futuras iniciativas semelhantes. Para eles, será importante analisar o impacto desses conteúdos no psicológico da população.
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Colaborou: Augusto Ikeda.
Rolling Stone Brasil
