Ex-bailarina do Faustão vira ré após ter habeas corpus negado pelo STJ
A defesa de Natacha Horana argumenta que a prisão preventiva seria desproporcional ao caso
Habeas corpus negado
Natacha Horana, ex-bailarina do "Domingão do Faustão", teve um pedido de habeas corpus negado na quarta-feira (4/12) pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) e acabou virando ré da Operação Argento. Ela está presa em São Paulo por suposta lavagem de dinheiro e tráfico de drogas ligados ao Primeiro Comando da Capital (PCC).
A decisão mantém a prisão preventiva de Natacha, apesar de sua defesa argumentar que a medida seria desproporcional ao caso. O STF considerou insuficientes os argumentos apresentados pelos advogados da dançarina. Esta não foi a primeira solicitação de habeas corpus.
Virou ré
O Ministério Público do Rio Grande do Norte (MP-RN) informou nesta quinta-feira (5/12) que Natacha e outras 17 pessoas se tornaram rés na ação, dentro das investigações da operação policial. A influenciadora teria recebido R$ 246 mil de um grupo de empresas ligado a Valdeci Alves dos Santos, apontado como um dos líderes do PCC, também conhecido como Colorido.
A denúncia do MP ainda descreve que o grupo seria responsável por movimentar valores em contas bancárias de terceiros (como da mãe de Natacha) e recrutar indivíduos para lavagem de dinheiro do tráfico de drogas. O esquema ainda utilizava estratégias como criação de empresas falsas, transações imobiliárias, operações em postos de combustíveis e aquisições de cavalos de raça.
Os promotores do Grupo de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) também afirmaram que Natacha Horana teria um relacionamento amoroso com Colorido. A dançarina teria o visitado várias vezes no presídio federal de Brasília, antes de ser presa na zona sul de São Paulo. Ela ainda mantinha contatos com um dos filhos do criminoso sobre a logística das visitas e o cadastro para troca de cartas na prisão.
Operação policial
Natacha Horana foi presa no início de novembro pela Operação Argento, realizada pela Polícia Civil de São Paulo com apoio da Receita Federal e do Ministério Público do Rio Grande do Norte. Ela é acusada de lavagem de dinheiro, formação de quadrilha, enriquecimento ilícito e organização criminosa.
A polícia também apreendeu uma Mercedes-Benz C300 avaliada em R$ 400 mil, quatro celulares, um notebook, duas câmeras fotográficas, dois relógios, um colar, um HD externo e documentos. O mandado de prisão foi cumprido pela Delegacia de Capturas do Departamento de Operações Policiais Estratégicas (Dope).
A artista, que integrou o grupo de bailarinas do apresentador Faustão entre 2015 e 2022, já tinha sido presa anteriormente em Balneário Camboriú (SC) por promover uma festa clandestina durante a pandemia. Na ocasião, a influenciadora teria resistido à prisão e desacatado um policial. O caso foi arquivado posteriormente.
Nota da defesa
A defesa de Horana emitiu uma nota oficial em novembro, afirmando que sua inclusão na investigação ocorreu de forma "abusiva e injustificada", e que ela "acabou sendo injustamente envolvida em investigação apenas porque, anos atrás, acabou conhecendo uma das pessoas investigadas".
"Conforme se demonstrou no processo, sua menção e prisão foi um equívoco porque ela jamais praticou qualquer ato ilícito, direto, indireto ou colaborativo. E, diante disso, e principalmente pela inexistência de indícios de seu envolvimento e motivos para a continuidade dessa medida, aguarda-se o exame de pedidos feitos visando o imediato restabelecimento de sua liberdade e dignidade", diz o texto, divulgado no perfil oficial da influenciadora.
A nota conclui afirmando "que a verdade sempre prevalece e que Deus está no controle de todas as coisas". Essa é a última publicação dela no Instagram.