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Macy agrada público mesmo sem dar bis

Segunda-feira, 29 de outubro, 5h49

Foto: Rogério Lorenzoni/Terra "Aqui é São Paulo?", perguntou Macy Gray para o público. "Por que dizem que todo lugar que Macy Gray toca as pessoas tiram as roupas. Se vocês tirarem as roupas, nós aqui no palco tiramos também", provocou a cantora, que não tirou a roupa. Na verdade, mal tirou o belo chapéu que lhe cobria os cabelos, mas o público nem ligou. Aliás, deu até um desconto para a cantora americana, que não fez bis e recebeu uma calorosa recepção do público paulista na última noite do Free Jazz Festival.

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O streep tease foi a deixa para a música Sexual Revolution, do mais recente CD da nova diva do R&B. Macy subiu no palco com o mesmo casaco de peles rosa da capa de seu segundo disco, The Id. Como toda boa cantora do gênero, trouxe uma banda pra lá de forte. Apesar de calcar sua carreira em um CD conceitual, na hora do show o que vale é a festa - e os arranjos de Macy dão a deixa para o público pular. Foi o show mais pulsante e alegre do Free Jazz 2001.

"Vim dos Estados Unidos e vocês fizeram a mim e minha banda felizes", agradeceu Macy, vestindo na segunda parte da apresentação uma camisa da Seleção Brasileira - a azul, a que supostamente dá sorte. Extasiada com a platéia, deixou os fãs cantarem a maior parte de I Try, de seu disco debute On How Life Is. Lançou diversos copos d'água, agaixou e até se esfregou um pouco no pedestal do microfone. A sedução da platéia continuou quando ela parou uma música e disse que queria inventar uma na hora: "Baby, Baby, Baby/Brazil, Brazil, Brazil". Não chegou a ser Bob Dylan, mas os paulistas adoraram.

Aliás, Dylan foi lembrado também na extravagante música Oblivion ("esquecimento", em inglês), quando Macy "legendou" a letra da canção com cartazes como no vídeo de Subterranean Homesick Blues, da lenda folk. Foi um show pesado, no bom sentido, e mostra uma vocação soul certeira do Free Jazz, que no ano passado trouxe uma outra estrela em ascensão, D'Angelo. Macy tem uma postura à Janis Joplin sob as luzes, se entregando por completo. Chegou a sentar na beirada do palco e dizer: "Esse espaço... não posso alcançar vocês. Mas eu quero", apontando para o fosso entre ela e a platéia, local reservado aos fotógrafos nas três primeiras músicas.

A apresentação terminou com os presentes querendo mais. As luzes se acenderam e os músicos da banda continuaram no palco, arremessando copos de plástico com água e baquetas para o público. Mesmo com os gritos, Macy não voltou. Mas fez um show tão bom que ninguém vai lembrar que a postura foi anti-social de Macy.

Ricardo Ivanov / Redação Terra

 
 
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