Assistir ao filme Warcraft online nos transporta para o game
Você já jogou alguma das encarnações da série Warcraft? E já viu a versão do jogo para o cinema? Junte as duas coisas!
Como é legal poder assistir um filme como Warcraft em alguma plataforma online (ele está disponível via Netflix, Looke, PSN, GooglePlay e AppleTV). Para quem já gosta do game, ver a versão cinematográfica com Travis Fimmel (o Ragnar, da série Vikings) é divertido demais. Porém, tem mais coisa para conferir nessa história... Vamos por partes.
Lok’tar Ogar significa “vitória” ou “morte” no idioma dos orcs. A expressão define bem a trajetória de World of Warcraft, que deu continuidade ao folclore da franquia. Contando os três episódios da série de estratégia em tempo real, 11 anos do MMORPG e ainda o jogo de cartas Hearthstone, podemos dizer com certa confiança que o mundo de Azeroth representa um dos folclores mais ricos dos jogos eletrônicos.
Fora dos games, os quadrinhos e livros da autora Christie Golden expandem ainda mais o universo. Quase uma década após seu anúncio, o filme de Warcraft retorna às origens, lá pelos tempos de Warcraft: Orcs and Humans, o pontapé inicial da franquia.
Warcraft, o filme, é ambientado nos primórdios da série, mostrando a fuga dos orcs de Draenor, seu planeta de origem. A chegada da raça ao reino de Azeroth é feita através de um portal e irá abalar a dominância estabelecida pelos humanos em uma guerra sangrenta entre as raças, que aconteceu antes mesmo da formação da Aliança e da Horda como conhecemos hoje.
O longa dá o pontapé inicial na narrativa de Warcraft no cinema, recontando a história do evento conhecido como Primeira Guerra, refazendo os passos de Anduin Lothar, que viria a se tornar o herói do lado humano. Durotan, o chefe do clã Frostwolf, será o protagonista do lado dos orcs, embora sua aparição tenha acontecido apenas na expansão de World of Warcraft: Warlords of Draenor.
Anduin é vivido por Travis Fimmel, conhecido também por protagonizar a série Vikings como o inigualável Ragnar Lothbrok. Em uma entrevista ao portal Crave Online, ele afirmou nunca ter jogado Warcraft por não ser tão fã de jogos, mas disse que seu papel como Ragnar na série de TV o ajudou a se preparar para encarnar o papel do protagonista de Warcraft. Ele comentou também que as famosas ombreiras gigantes exigiram muito dele nas cenas de combate.
Já Toby Kebbell viveu o vilão Koba em Planeta dos Macacos: O Confronto e assume o manto de Durotan. O ator também não conhecia o game, mas se revelou surpreso ao saber que os “monstros” que interpretaria são bem mais que meros brutamontes.
Um dos grandes vilões, na verdade, é interpretado por Daniel Wu, conhecido astro de filmes chineses, entre eles A Hora do Acerto (New Police Story), no qual contracenou com Jackie Chan. O ator vive o papel de Gul’Dan, o conhecido bruxo orc que trouxe corrupção à sua raça junto à Legião Ardente. Assim como nos jogos, ele e o mago Medivh, interpretado por Ben Foster (o Anjo de X-Men: O Confronto Final), são os responsáveis por abrir o portal para o reino de Azeroth.
Uma das personagens principais da trama é Garona Halforcen, uma meio-draenei e meio-orc, mas que acredita ser híbrida de humano com orc. A personagem é interpretada por Paula Patton, de Missão Impossível - Protocolo Fantasma.
Quem vê Warcraft em toda sua glória não imagina como sua jornada foi conturbada. A produção do filme foi marcada por mudanças na direção, script e até direcionamento. Inicialmente, o filme seria baseado no primeiro game. Depois, foi anunciado que oele seria baseado no MMO e traria um novo herói que lutaria contra Thrall, em uma película cheio de ação e batalhas, porém focada apenas na perspectiva da Aliança. Felizmente, tal decisão foi revogada por volta de 2013, após a revelação de quatro artes conceituais na Blizzcon daquele ano. Foi nesse evento que comunicaram que o longa voltaria à perspectiva original.
Tais mudanças também foram influentes na troca de diretores. O primeiro anúncio de lançamento foi marcado para 2009, mas logo foi alterado para 2011, acompanhado do anúncio que Sam Raimi, conhecido pela primeira trilogia do Homem-Aranha nos cinemas, seria o diretor.
Não apenas o filme não ficou pronto naquele ano, como também perdeu seu diretor. Naquele momento, ele alegou que precisaria focar em outra produção, mas anos mais tarde ele acabou revelando a verdadeira razão de sua saída: o diretor não sabia que a Blizzard possuía poder de veto ao roteiro e alegou que eles não tinham a intenção de aprová-lo, após a rejeição do script montado pela empresa.
Se no cinema as coisas ficaram confusas, no game o cenário também não é muito diferente. A base de jogadores-assinantes de World of Warcraft vem caindo e parte disso se deve à febre dos MOBA, popularizados por League of Legends, Fortnite, PUBG e Dota 2. A Blizzard não hesitou e trouxe o seu próprio MOBA, Heroes of the Storm, que entrou forte nessa concorrência e lançou Cho’Gall, figura icônica de Warcraft II: Tides of Darkness. E em 2018 ainda tivemos o surpreendente Battle for Azeroth.
Com mais de 20 anos de história, podemos dizer que Warcraft é uma espécie de Star Wars que se originou nos games ― se considerarmos sua capacidade de expansão. E será que terá o mesmo futuro da série “espacial”? Impossível responder. Para nós, o mais legal agora é começar o ano novo como uma sessão dupla de Warcraft: no game e no filme.
[Parceria Entertainment Game World]