Há 41 anos estreava na Globo o programa 'Os Trapalhões'
Relembre a trajetória do grupo humorístico e alguns de seus bordões mais famosos, hoje incorporados ao cotidiano do brasileiro.
Foi exatamente em 13 de março de 1977 que o humor brasileiro mudou de cara para sempre. Naquele dia, mais de quatro décadas atrás, o formato clássico do programa Os Trapalhões estreava na TV Globo com Didi, Dedé, Mussum e Zacarias para se tornar um fenômeno de popularidade no Brasil, entrando para o Guinness Book como o humorístico de maior duração da televisão, com 30 anos de exibição.
Antes disso, os comediantes já atuavam há quase uma década, mas não necessariamente juntos. Em 1966, na TV paulista Excelsior, já existia o programa Adoráveis Trapalhões, com Manfried Sant’Anna (Dedé) e Renato Aragão (Didi). Apenas mais tarde é que viriam Antônio Carlos Gomes (Mussum) e Mauro Gonçalves (Zacarias). O programa mudou o nome para Os Insociáveis e foi pra TV Record e, em seguida, para a TV Tupi, onde adotou o nome Os Trapalhões. Como a Tupi enfrentava graves problemas financeiros, o programa não ficou muito tempo e acabou indo parar na Globo.
No cinema, a marca Os Trapalhões bateu recordes seguidos como maiores bilheterias do cinema nacional. Mas os primeiros filmes dos anos 1960 (Na Onda do Iê-Iê-Iê, Adorável Trapalhão, Ilha dos Paqueras, Bonga o Vagabundo Trapalhão) não contavam com todos os comediantes do grupo. Na verdade, o primeiro filme a contar com os quatro humoristas da formação clássica foi Os Trapalhões na Guerra dos Planetas, de 1978.
Entre os maiores sucessos cinematográficos dos Trapalhões estão O Trapalhão nas Minas do Rei Salomão (1977), com 5,8 milhões de espectadores; Os Saltimbancos Trapalhões (1981), com 5 milhões; Os Trapalhões na Guerra dos Planetas (1978), com 5 milhões; O Cinderelo Trapalhão (1979), com 4,7 milhões; Os Trapalhões na Serra Pelada (1982), com 4,7 milhões; O Casamento dos Trapalhões (1988), com 4,5 milhões; e Os Vagabundos Trapalhões (1982), com 4,4 milhões de espectadores.
As mortes de Zacarias (1990) e Mussum (1994) foram decisivas para o fim do programa, extinto em 1997.
Atualmente, esquetes clássicas do programa são reprisadas no canal por assinatura Viva.
EXPRESSÕES POPULARIZADAS PELOS TRAPALHÕES
Ao longo de sua carreira, o grupo cravou diversas expressões nascidas em seus esquetes humorísticos. Algumas dessas expressões hoje fazem parte do vocabulário do brasileiro e muita gente nem sabe que sua origem foi nos Trapalhões.
Veja alguns exemplos:
- Mé: Uma corruptela da palavra “mel”, adjetivo usado por Mussum para se refererir à cachaça.
- Poupança: Expressão que Didi usava para se referir às nádegas.
- Forévis: Também se referia às nádegas, mas foi cunhada por Mussum.
- Cacildis: Foi uma sugestão do também humorista Chico Anysio para Mussum, que acabou adotando o sufixo “is” para tudo. “Negão é teu passadis!” era um de seus bordões favoritos.
- Pirulitar: Outro bordão de Mussum para se referir a alguém que sumia. Também é usado como “empirulitar”.
- Popotizar: Corruptela criada por Didi para “hipnotizar”.
- Audácia da pilombeta: Expressão de revolta criada por Didi.
- Bufunfa: Dinheiro, também criada por Didi.
- É fria!: Situação difícil, segundo o personagem de Renato Aragão.
- Som na caixa, mané!: Até hoje usada para pedir que alguém coloque uma música para tocar.
- Rapaz alegre: Hoje em dia, Didi seria massacrado nas redes sociais acusado de homofobia por se referir assim a homossexuais. Mas ele também tinha outras expressões, como “Ele camufla”, “Ele escamoteia”, “Ele solicita” e “Ele joga água fora da bacia”.
- Ei, psit!: Forma de chamar atenção do telespectador ou mesmo de outros atores em cena.
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