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A morte em 2022 confirma ‘maldição’ dos anos de final 2 para a rainha  

Elizabeth sofreu grandes perdas e enfrentou atribulações nas datas de seus principais jubileus

8 set 2022 - 17h56
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Elizabeth II viveu 35.204 dias. Destes, 25.782 dias como rainha. Entre 1952 até 2022 teve uma trajetória espetacular que a transformou na mais popular monarca de todos os tempos.  

A data de sua morte alimenta o boato de uma tal ‘maldição’ associada aos anos de final 2. Pode ter sido mera coincidência, mas os fatos de década em década impressionam.  

Neste 2022, ao completar 70 anos no trono, o ‘Jubileu de Platina’, ela viu os festejos serem ofuscados pelo escândalo sexual protagonizado pelo filho número 3, Andrew.  

O príncipe enfrentou a acusação de ter abusado de uma jovem de 17 anos, vítima de um esquema de tráfico e exploração de mulheres nos Estados Unidos. 

Evidências o ligaram à chamada ‘ilha da pedofilia’, no Caribe, e na ‘mansão do sexo’, na Flórida, lugares onde homens poderosos tinham um harém à disposição. 

A rainha foi obrigada a se afastar do herdeiro para preservar sua imagem de soberana e retirar dele títulos, honrarias e privilégios.  

Andrew virou um pária na própria família. Vexame sem precedentes para a monarquia inglesa. 

Voltemos a 1972. O governo britânico enfrentou um de seus piores momentos em séculos. Londres ficou no escuro por vários dias em consequência da greve dos mineiros por melhores salários. 

Mesmo longe do dia a dia da política do País, Elizabeth sofreu pressão. Do palácio, ela ouvia os protestos nas ruas e recebia informações sobre o caos no gabinete do Primeiro-ministro. A popularidade da monarquia acabou atingida.  

Dez anos depois, em 1982, o Jubileu de Pérola – 30 anos no trono –aconteceu em um período sangrento para o Reino Unido em razão da Guerra das Malvinas. 

O conflito marítimo contra as tropas argentinas ocorreu de abril (mês em que a rainha completou 56 anos) a junho (mês em que tradicionalmente o aniversário dela é festejado com o público, aproveitando as temperaturas mais altas da primavera no hemisfério norte). 

Ela perdeu o sono várias noites porque Andrew, então com 22 anos, atuou como piloto de helicóptero na guerra. 

Ainda naquele ano, um homem pulou o muro do palácio e escalou até a janela do quarto da rainha. Quando acordou, a soberana o viu sentado em sua cama. 

Conversaram por 10 minutos. Num momento de distração do invasor, ela conseguiu acionar o alarme e funcionários a tiraram do local. 

Em 1992, Elizabeth completou 40 anos sob a coroa, o ‘Jubileu de Rubi’. Precisou lidar com tantos problemas familiares que não teve ânimo para festas. 

“Não vou me lembrar desse tempo com prazer”, admitiu. Em um discurso da época, usou a expressão em latim ‘annus horribilis’, criada para designar anos marcados por situações dramáticas. 

Não foi um exagero. Escândalos com membros da realeza estamparam a primeira página dos tabloides. 

Naquele período, a separação de Charles e Diana se tornou pública, a princesa Anne se divorciou, o príncipe Andrew se separou após ser traído publicamente. 

Como se fosse pouco, sua propriedade preferida, o castelo de Windsor, foi parcialmente consumido por um incêndio que durou 12 horas. 

Na virada para 2002, os súditos se empolgaram com o ‘Jubileu de Ouro’, meio século de Lilibet no trono. 

Mas o ano já começou terrível: com intervalo de apenas 49 dias, morreram a única irmã dela, a princesa Margaret, e a rainha-mãe, também chamada Elizabeth. 

A rainha perdeu suas maiores referências femininas e companheiras mais presentes. 

Pouco depois, ela precisou lidar com o rebelde do clã, Harry. O palácio descobriu por meio da imprensa de fofocas que o príncipe fumava maconha e estava consumindo álcool além do aceitável. 

Preocupada com o neto, a monarca pediu a Charles que enviasse o garotão de 17 anos para uma clínica de reabilitação por um dia, a fim de conscientizá-lo dos perigos da dependência química. 

Uma década depois, o ‘Jubileu de Diamante’, 60 anos de Elizabeth como majestade da dinastia Windsor. Aquele 2012 foi igualmente tumultuado. 

O menino Harry voltou a provocar dor de cabeça: foi fotografado peladão em uma suíte de hotel em Las Vegas, na companhia de outras pessoas. 

O flagra virou capa do jornal ‘The Sun’. A rainha disse, privadamente, que ficou decepcionada com o caçula de Charles e Diana. 

Outro escarcéu na mídia aconteceu com a publicação de fotos de um topless da duquesa de Cambridge, Kate Middleton, durante férias com o príncipe William no sul da França. A superexposição desrespeitosa deixou a rainha abismada. 

De volta a 2022. Enfim, a morte, 70 anos depois de assumir o trono. Ela sempre lembrava com tristeza o dia 6 de fevereiro de 1952 (o 2, de novo), quando perdeu o pai, se tornou rainha e sua vida mudou.

Do ano em que se tornou até a morte, só 1962 foi um ano de final 2 relativamente calmo
Do ano em que se tornou até a morte, só 1962 foi um ano de final 2 relativamente calmo
Foto: Blog Sala de TV
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