Adeus, violeiro: João Carreiro enfureceu os LGBT+ com música em novela da Globo
Sertanejo vítima de complicações de cirurgia no coração negou homofobia em letra crítica a “mulher com mulher” e “homens se acariciando"
O mundo sertanejo sente o primeiro baque do ano com a morte de João Carreiro aos 41 anos. Em carreira solo desde 2014, o cantor e violeiro não resistiu a complicações de uma cirurgia para implante de uma válvula no coração. Morreu em hospital de Campo Grande (MS).
Ao lado do então parceiro de dupla, Capataz, João Sérgio Batista Corrêa Filho se destacou como primeira voz no início da década de 2000. A popularidade na mídia aumentou quando a canção ‘Bruto, Rústico e Sistemático’, composta por Carreiro e o amigo Jadson, fez parte da trilha sonora da novela ‘Paraíso’, exibida na faixa das 18h da Globo em 2009.
A típica ‘moda caipira’ desagradou ao movimento LGBT+. Militantes acusaram a dupla de homofobia pelo trecho “Sistema que fui criado / Ver dois ‘homem abraçado’ / Pra mim era confusão / Mulher com mulher beijando / Dois homens se acariciando / Meu Deus, que decepção”.
A canção que retrata o pensamento de um sujeito xucro critica também homem que usa brinco, corpo tatuado e mulher que quer fazer tudo o que vê na TV, incluindo topless.
Em reação aos ativistas, a assessoria de João Carreiro e Capataz negou que os cantores fossem homofóbicos e a alegada disseminação de preconceito. Argumentou que a música deveria ser interpretada dentro do contexto.
A dupla sertaneja conseguiu emplacar outra canção na teledramaturgia da Globo, ‘Xique Bacanizado’, executada em cenas da novela ‘Araguaia’, também às 6 da tarde, entre 2010 e 2011.