Advogado do piloto do avião de Marília Mendonça afirma que conclusão da polícia é 'sem sentido'
Polícia civil de Minas Gerais culpou os pilotos pelo acidente de Marília Mendonça
Nesta quarta-feira, 04, a Polícia Civil de Minas Gerais chegou a uma conclusão no inquérito do acidente aéreo que matou Marília Mendonça em 5 de novembro de 2021.
A polícia atribuiu aos pilotos Geraldo Martins de Medeiros Júnior e Tarciso Pessoa Viana a responsabilidade pela tragédia.
Em entrevista à CARAS Brasil, o advogado Sérgio Alonso, que defende a família do piloto Geraldo, afirmou que a conclusão do caso é sem sentido.
"As conclusões da polícia de Caratinga são injuriosas e não têm base nas provas técnicas. O acidente ocorreu pela falta de sinalização da rede, pela ausência da carta de aproximação visual e também pelo fato das linhas estarem na mesma altitude do tráfego padrão, que é de 1.000 pés", disse o profissional.
"O que comprova essas alegações é o seguinte: Em 1º de setembro, a Cemig (Companhia Energética de Minas Gerais) sinalizou a linha em função da recomendação feita no relatório final do Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos)."
"Segundo, o DECEA (Departamento de Controle do Espaço Aéreo) fez a carta de aproximação visual. Terceiro, o DECEA elevou a altitude de tráfego de Caratinga de 1.000 pés —que é o tráfego padrão— para 1.350 pés, justamente para que o tráfego ficasse 350 pés acima da implantação da linha."
"Se tudo isso tivesse sido observado, não teria havido o acidente. Isso é evidência de que a culpa é da Cemig, não é do piloto. Essas conclusões são um verdadeiro 'nonsense' [sem sentido, em português]", acrescentou. "Os culpados não são os pilotos, e sim a linha que estava lá. Se ela não estivesse, ou tivesse sido sinalizada, não teria ocorrido", finalizou ele.